As forças israelitas de ocupação retiraram-se das zonas de Khan Younis, no Sul da Faixa de Gaza, que haviam cercado, invadido e atacado durante oito dias, o que permitiu às equipas da Protecção Civil recuperar 42 corpos.
Essas mesmas equipas, refere a Wafa, foram impedidas pelas tropas israelitas de ajudar pessoas feridas, levando a que muitas morressem e que os seus corpos se começassem a decompor, violando direitos fundamentais.
Em áreas onde 90% das infra-estruturas foram arrasadas e que deixaram de ter acessos, o organismo espera ainda encontrar centenas de pessoas que ficaram feridas ou froam dadas como desaparecidas.
De acordo com a Protecção Civil em Gaza, pelo menos 255 palestinianos foram mortos e quase 300 ficaram feridos durante a ofensiva que Israel iniciou contra o Leste da segunda maior cidade do enclave no passado dia 22. Pelo menos 320 casas foram bombardeadas, refere a Xinhua.
Na sexta-feira passada, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) alertou que mais de 180 mil palestinianos tinham sido deslocados à força das zonas Centro e Leste de Khan Younis, fugindo dos bombardeamentos israelitas.
Com a agressão israelita ao enclave a aproximar-se do décimo mês, a UNOCHA afirmou que as recentes «hostilidades intensificadas» na região de Khan Younis alimentaram «novas vagas de deslocados internos na Faixa de Gaza».
Novos ataques a campos de refugiados
Pelo menos dez pessoas foram mortas, esta terça-feira, depois as forças israelitas terem atacado a entrada do campo de refugiados de Nuseirat, na região central do território palestiniano.
O número de feridos é indeterminado, refere a Al Jazeera, que refere ainda o facto de o Exército israelita ter decretado, na segunda-feira, uma nova ordem de evacuação para os residentes nos campos de Nuseirat e Bureij, que afecta cerca de 29 mil pessoas.
De acordo com a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (Unrwa), mais de 86% da população na Faixa de Gaza é afectada por ordens de evacuação israelitas – apesar de não haver sítios seguros para onde ir.
A Wafa, que dá conta de outros nove mortos precisamente no campo de refugiados de Bureij, revela que o número de vítimas mortais desde o início da agressão israelita chegou a 39 400 e o de feridos a 90 996.
Unrwa registou 40 mil casos de hepatite na Faixa de Gaza
Desde 7 de Outubro do ano passado, foram registados no enclave costeiro quase 40 mil casos de hepatite, revelou o organismo das Nações Unidas esta terça-feira, acrescentando que está a registar entre 800 e mil novos casos por semana.
Na sua conta de Twitter (X) e no seu portal, a Unrwa alertou que «condições sanitárias desesperadas» facilitam a propagação de doenças, incluindo a hepatite A.
«As famílias são deslocadas e vivem em condições terríveis e desumanas em campos e abrigos sobrelotados. Falta-lhes água potável, kits de higiene e gestão adequada de resíduos e esgotos», sublinhou disse Ghada al-Jadba, médica e directora do Programa de Saúde da Unrwa na Faixa de Gaza.
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