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Jovens do MST em Cuba para concretizar o sonho de estudar Medicina

Num novo ano lectivo, 15 jovens brasileiros de famílias ligadas ao MST estão em Havana para estudar Medicina como bolseiros na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM).

Segundo grupo de estudantes brasileiros no aeroporto José Martí, em Havana Créditos / Brasil de Fato

Na notícia, divulgada pelo Brasil de Fato, destaca-se o facto de a ELAM ser uma das maiores escolas de medicina do mundo, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e de ter como objectivo a formação de médicos de várias regiões do mundo, com especial ênfase nas comunidades mais pobres e desprivilegiadas.

Trata-se do segundo grupo de jovens brasileiros, promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que se encontra na ilha caribenha para estudar medicina. «Queremos fazer parte da criação de uma medicina que não seja focada no dinheiro, mas no cuidado com as pessoas», disse Ana Vitoria da Silva, do estado do Ceará, ao Brasil de Fato.

Além de formar médicos, a ELAM pretende contribuir para o desenvolvimento da «medicina humanista». Centrados no trabalho comunitário, os programas de ensino da escola entendem a doença como um problema «natural e biológico» e também social, muitas vezes provocado ou agravado pela pobreza e a desigualdade.

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Cuba: Escola Latino-Americana de Medicina também formou médicos dos EUA

A Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM) foi fundada a 15 de Novembro de 1999 pelo líder da Revolução, Fidel Castro, que foi um promotor da formação de recursos humanos neste sector sensível.

Díaz-Canel, presidente de Cuba, com médicos norte-americanos que se formaram em Cuba, em Setembro de 2018 
Créditos / medium.com

Localizada na zona ocidental de Havana, a ELAM tem no seu historial 18 cursos, em que estudaram 30 636 alunos de 120 países.

Recentemente, Luis Estruch, professor emérito e consultor da universidade, disse à Prensa Latina que a escola é uma prova do humanismo, do internacionalismo e do altruísmo no pensamento do Comandante-em-Chefe.

«A ideia de Fidel era que, sem formação de recursos humanos, é impossível garantir serviços de saúde, para os quais são necessários médicos, enfermeiros e pessoal paramédico, e este é um problema por resolver em países pobres e em muitos com desenvolvimento notável», explicou Estruch.

«O que a Escola Latino-Americana de Medicina faz modestamente é educar os jovens, e isto significa que eles regressam aos seus países com uma educação universitária», destacou o professor, acrescentando que os estudantes ali formados podem trabalhar nos cuidados primários nas suas comunidades e ajudar muito as suas aldeias.

O especialista, com 52 anos de experiência no sector, recordou ainda a presença de Fidel Castro em Nova Iorque, no ano de 2000, quando participou numa sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Luis Estruch contou que a comunidade negra e religiosa convidou Fidel para um encontro na Igreja Riverside, em Manhattan, onde estiveram 5000 pessoas e que Fidel ofereceu 500 bolsas de estudo a jovens locais, para que pudessem estudar na ELAM.

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Escola Latino-Americana de Medicina: uma rede de médicos pelo mundo

Mais de 30 mil médicos integram hoje a lista de estudantes que se formaram na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM) de Cuba, uma rede que leva os serviços de saúde a diversas partes do mundo.

A ELAM foi fundada em 15 de Novembro de 1999, depois de Fidel Catsro ter proposto formar estudantes de medicina estrangeiros em Cuba 
CréditosJorge Pérez / Prensa Latina

Não é por acaso que nos dias de hoje se tem conhecimento de graduados na ELAM na primeira linha do combate à pandemia de Covid-19, ou do grupo de profissionais formados nessa instituição que prestaram assistência à população do Haiti depois dos terramotos ocorridos nesse país das Caraíbas em 2010 e em Agosto último.

A história – lembra a agência Prensa Latina – começou quando os furacões George e Mitch devastaram a América Central, em 1999, com o saldo de vítimas a rondar os 10 mil mortos e desaparecidos.

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Médicos cubanos continuam a cuidar das pessoas no devastado Sul do Haiti

Três semanas depois do sismo devastador, os médicos de Cuba continuam a dar resposta às necessidades da população nos locais mais afectados do país, acompanhando as primeiras vítimas do terramoto.

Médica cubana no Haiti 
Créditos / Prensa Latina

O sismo de 14 de Agosto provocou mais de 2200 mortos e 12 700 feridos nos departamentos Sul, Nippes e Grand’Anse, onde a Brigada Médica de Cuba (BMC) tem especialistas há duas décadas.

Depois dos dias cruciais que se seguiram ao sismo, quando atenderam diariamente centenas de feridos para salvar as suas vidas, os médicos estão agora a realizar cirurgias «para devolver o paciente à sociedade o mais rapidamente e recuperado possível», disse à Prensa Latina a enfermeira Marjoris Sánchez.

Esta especialista deslocou-se da capital, Porto-Príncipe, até ao sul do país logo no dia do tremor de terra.

Nesta nova fase, é fundamental o contributo da Brigada Henry Reeve, que chegou ao país no dia 25 de Agosto e, desde então, se inseriu nos hospitais de referência de Jeremie, Corail, Port Salut e Les Cayes – tendo sido esta última cidade a mais atingida pelo movimento telúrico de 7,2 na escala de Richter.

Pessoal cubano da saúde a consultar pacientes no Sul do Haiti / Prensa Latina

«São cirurgiões, ortopedistas, anestesiologistas, licenciados em traumatologia, que são de vital importância tanto nesta etapa como nos momentos futuros, porque as pessoas continuam a adoecer», explicou à sua chegada o chefe da BMC, Luis Orlando Olivero.

A enfermeira Sánchez confirmou que os médicos cubanos já ganharam o afecto da comunidade, e que continuam a consultar a população que, por razões diversas, não se dirigiu aos centros de saúde após o terramoto. «Foram-se integrando na comunidade com excelente aceitação porque as pessoas destes lugares agradecem a presença dos cubanos», disse.

Ao trabalho diário juntam-se tarefas de prevenção, um dos pilares da Brigada Médica e que aproxima os especialistas das pessoas, na medida em que os médicos visitam as suas casas e procuram saber de doenças do foro respiratório ou diarreias que podem aparecer após grandes eventos como o terramoto recente, transformando-se depois em grandes epidemias.

É um trabalho que realizam desde que se fixaram nestas aldeias, algumas delas bem distantes das cidades, mas que, sublinha a agência cubana, em momentos como este também representa um «raio de esperança» para quem perdeu muito.

A Brigada Henry Reeve é especializada precisamente em situações de desastres, tendo sido constituída em 19 de Setembro de 2005 por iniciativa do líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro.

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Cuba enviou brigadas médicas para zonas afectadas na região e o presidente Fidel Castro propôs dar início à formação, em Cuba, de médicos desses países, uma ideia concretizada com a fundação da ELAM, no dia 15 de Novembro desse ano.

A médica Yoandra Muro, reitora dessa universidade internacional, explicou à agência cubana que a escola começou com uma representação de 18 países e que neste momento há graduados provenientes de 117, de todos os continentes.

Recentemente, ao curso de Medicina da instituição foi reconhecido o estatuo de «excelência» pela Junta de Acreditação Nacional, órgão que deve avaliar os altos padrões de qualidade nos centros de ensino superior na maior das ilhas Antilhas.

Alguns dos que por ali passaram ocupam hoje posições de liderança a nível internacional, de que são exemplo dois representantes da Organização Panamericana da Saúde; um formado que participou na criação da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19; e a médica Ariana Campero, que foi ministra da Saúde da Bolívia e depois embaixadora do país andino em Cuba.

Conhecimento da saúde e da sociedade cubana

A estudante colombiana Cindi Paola afirma que a decisão de estudar na ELAM «vem desde que tinha sete anos, quando via os aviões que passavam cheios de médicos cubanos pela sua terra de Río Blanco, a sul de Tolima, e dizia a si mesma que queria ser como eles».

A jovem faz parte dos 2171 estudantes matriculados, 485 dos quais fazem estudos de pós-graduação, refere a fonte. A formação na escola conjuga o conhecimento em profundidade do sistema de saúde com o da sociedade cubana, uma vez que, a partir do terceiro ano, os estudos prosseguem em centros de ensino de ciências médicas de todo o país.

«Os cubanos têm uma característica, que é a sua vontade de ajudar. Surpreendeu-me como, mesmo com as carências resultantes do bloqueio, eles partilham connosco o que têm», disse o estudante palestiniano Salett Hethnawi.

Os professores – 64 doutores em Ciências –, juntamente com o desenvolvimento de um programa de actividades docentes e extracurriculares, permite complementar uma formação humana e académica, indica a Prensa Latina.

Isto mesmo foi confirmado por Mohamed Nejem, também proveniente da Palestina, para quem «na ELAM não apenas se aprende medicina, mas também a simplicidade, a humildade e o respeito por outras culturas, religiões e crenças».

No actual ano lectivo, estão matriculados 2171 estudantes, de 90 países / Prensa Latina

Entre 400 e 500 bolsas atribuídas anualmente

Sobre os requisitos para a entrada na instituição, a reitora disse que são atribuídas entre 400 e 500 bolsas anualmente, e os aspirantes devem ser pessoas com baixos rendimentos económicos e ter um título de bacharelato.

Os Estados Unidos estão entre os países presentes na ELAM desde o seu início, graças aos esforços do reverendo norte-americano Lucius Walker e ao projecto Pastores pela Paz, que possibilitaram a chegada dos primeiros estudantes dos EUA.

Existe a modalidade de estudo totalmente gratuita, na qual se integra a maior parte dos estudantes; a de convénio, em que os governos cobrem as despesas do curso; e a dos alunos autofinanciados.

Esta última modalidade – a que tem menos estudantes (84 em 2171) – mostra o prestígio da instituição a nível internacional, pois, referiu a reitora, estes jovens escolhem estudar em Cuba.

«Tenho planos de regressar quando me graduar e continuar estudos de pós-graduação», disse o ganês Ayamerath Kwadwo, enquanto para Leonel Omar a prioridade será voltar às Filipinas «para ajudar as comunidades mais necessitadas».

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«Essa tarefa foi-me atribuída pelo Comandante-em-Chefe e ninguém queria acreditar que os jovens da primeira potência económica iriam até Cuba para se formarem como médicos – isso foi uma longa batalha política e ideológica», apontou.

«Mais de 500 jovens dos Estados Unidos vieram até Cuba e mais de 250 optaram pela especialidade de Medicina e formaram-se, e muitos deles já passaram por procedimentos académicos bastante rigorosos para poderem receber validação e exercer a profissão nos Estados Unidos», destacou o médico e professor.

«Essa batalha teve como protagonistas Fidel Castro e o reverendo Lucius Walker (1930-2010), e, se não alcançámos o aspecto massivo que o Comandante queria, muitos deles – e eu tive a oportunidade de os ver no Harlem e no Bronx – já estão a trabalhar em hospitais e nas suas comunidades», disse Estruch à Prensa Latina.

«Essa foi a ideia de Fidel – e não é que nós vamos resolver o problema daquele país –, mas foi uma pequena porção de esperança, para que os pobres, nas suas comunidades, possam ser atendidos por jovens graduados em Cuba», frisou.

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A jovem estudante cearense afirma que «a medicina é muito elitizada em muitas partes do mundo e isso significa que há uma falta de sensibilidade ou humanização em muitos de nossos médicos».

«Acredito que, junto com meus colegas, viemos em busca de uma medicina humanizada. Uma medicina que busca olhar para o paciente como um todo, não apenas como uma doença», acrescentou.

Por seu lado, Ana Karolina Cabeçoni, de 18 anos, que também integra o grupo, entende que se trata de «uma oportunidade muito valiosa de compartilhar as lutas do povo cubano».

«Se fala muito sobre Cuba e muitas vezes pouco se sabe sobre sua história. Este é um povo que sempre compartilhou o que tem, não o que sobra. E acho que poder aprender sobre a história deles enquanto a gente está aqui, além de poder estudar medicina, é uma oportunidade única. É também uma oportunidade para darmos uma visão diferente do que se acredita estar acontecendo aqui», declarou.

A medicina como bandeira de solidariedade

A ELAM abriu as portas em 1999. Naquele ano, as Caraíbas estavam a atravessar uma grave crise humanitária, associada aos furacões George e Mitch, que devastaram a região e provocaram a morte de mais de dez mil pessoas.

A catástrofe afectou países como Belize, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Honduras, Jamaica, Nicarágua e Panamá, que sofreram perdas humanas e de infra-estruturas, e também viram a disseminação de doenças causadas pela subida das águas.

Nesse contexto, Cuba decidiu enviar médicos para os diversos países afectados. Mas a ajuda não se limitou ao envio de pessoal, pois a Ilha, mesmo atravessando uma grave crise económica, decidiu construir uma universidade de medicina para formar profissionais de saúde provenientes dos próprios países atingidos.

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Escola Latino-Americana de Medicina: uma rede de médicos pelo mundo

Mais de 30 mil médicos integram hoje a lista de estudantes que se formaram na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM) de Cuba, uma rede que leva os serviços de saúde a diversas partes do mundo.

A ELAM foi fundada em 15 de Novembro de 1999, depois de Fidel Catsro ter proposto formar estudantes de medicina estrangeiros em Cuba 
CréditosJorge Pérez / Prensa Latina

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A história – lembra a agência Prensa Latina – começou quando os furacões George e Mitch devastaram a América Central, em 1999, com o saldo de vítimas a rondar os 10 mil mortos e desaparecidos.

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Médicos cubanos continuam a cuidar das pessoas no devastado Sul do Haiti

Três semanas depois do sismo devastador, os médicos de Cuba continuam a dar resposta às necessidades da população nos locais mais afectados do país, acompanhando as primeiras vítimas do terramoto.

Médica cubana no Haiti 
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O sismo de 14 de Agosto provocou mais de 2200 mortos e 12 700 feridos nos departamentos Sul, Nippes e Grand’Anse, onde a Brigada Médica de Cuba (BMC) tem especialistas há duas décadas.

Depois dos dias cruciais que se seguiram ao sismo, quando atenderam diariamente centenas de feridos para salvar as suas vidas, os médicos estão agora a realizar cirurgias «para devolver o paciente à sociedade o mais rapidamente e recuperado possível», disse à Prensa Latina a enfermeira Marjoris Sánchez.

Esta especialista deslocou-se da capital, Porto-Príncipe, até ao sul do país logo no dia do tremor de terra.

Nesta nova fase, é fundamental o contributo da Brigada Henry Reeve, que chegou ao país no dia 25 de Agosto e, desde então, se inseriu nos hospitais de referência de Jeremie, Corail, Port Salut e Les Cayes – tendo sido esta última cidade a mais atingida pelo movimento telúrico de 7,2 na escala de Richter.

Pessoal cubano da saúde a consultar pacientes no Sul do Haiti / Prensa Latina

«São cirurgiões, ortopedistas, anestesiologistas, licenciados em traumatologia, que são de vital importância tanto nesta etapa como nos momentos futuros, porque as pessoas continuam a adoecer», explicou à sua chegada o chefe da BMC, Luis Orlando Olivero.

A enfermeira Sánchez confirmou que os médicos cubanos já ganharam o afecto da comunidade, e que continuam a consultar a população que, por razões diversas, não se dirigiu aos centros de saúde após o terramoto. «Foram-se integrando na comunidade com excelente aceitação porque as pessoas destes lugares agradecem a presença dos cubanos», disse.

Ao trabalho diário juntam-se tarefas de prevenção, um dos pilares da Brigada Médica e que aproxima os especialistas das pessoas, na medida em que os médicos visitam as suas casas e procuram saber de doenças do foro respiratório ou diarreias que podem aparecer após grandes eventos como o terramoto recente, transformando-se depois em grandes epidemias.

É um trabalho que realizam desde que se fixaram nestas aldeias, algumas delas bem distantes das cidades, mas que, sublinha a agência cubana, em momentos como este também representa um «raio de esperança» para quem perdeu muito.

A Brigada Henry Reeve é especializada precisamente em situações de desastres, tendo sido constituída em 19 de Setembro de 2005 por iniciativa do líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro.

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Cuba enviou brigadas médicas para zonas afectadas na região e o presidente Fidel Castro propôs dar início à formação, em Cuba, de médicos desses países, uma ideia concretizada com a fundação da ELAM, no dia 15 de Novembro desse ano.

A médica Yoandra Muro, reitora dessa universidade internacional, explicou à agência cubana que a escola começou com uma representação de 18 países e que neste momento há graduados provenientes de 117, de todos os continentes.

Recentemente, ao curso de Medicina da instituição foi reconhecido o estatuo de «excelência» pela Junta de Acreditação Nacional, órgão que deve avaliar os altos padrões de qualidade nos centros de ensino superior na maior das ilhas Antilhas.

Alguns dos que por ali passaram ocupam hoje posições de liderança a nível internacional, de que são exemplo dois representantes da Organização Panamericana da Saúde; um formado que participou na criação da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19; e a médica Ariana Campero, que foi ministra da Saúde da Bolívia e depois embaixadora do país andino em Cuba.

Conhecimento da saúde e da sociedade cubana

A estudante colombiana Cindi Paola afirma que a decisão de estudar na ELAM «vem desde que tinha sete anos, quando via os aviões que passavam cheios de médicos cubanos pela sua terra de Río Blanco, a sul de Tolima, e dizia a si mesma que queria ser como eles».

A jovem faz parte dos 2171 estudantes matriculados, 485 dos quais fazem estudos de pós-graduação, refere a fonte. A formação na escola conjuga o conhecimento em profundidade do sistema de saúde com o da sociedade cubana, uma vez que, a partir do terceiro ano, os estudos prosseguem em centros de ensino de ciências médicas de todo o país.

«Os cubanos têm uma característica, que é a sua vontade de ajudar. Surpreendeu-me como, mesmo com as carências resultantes do bloqueio, eles partilham connosco o que têm», disse o estudante palestiniano Salett Hethnawi.

Os professores – 64 doutores em Ciências –, juntamente com o desenvolvimento de um programa de actividades docentes e extracurriculares, permite complementar uma formação humana e académica, indica a Prensa Latina.

Isto mesmo foi confirmado por Mohamed Nejem, também proveniente da Palestina, para quem «na ELAM não apenas se aprende medicina, mas também a simplicidade, a humildade e o respeito por outras culturas, religiões e crenças».

No actual ano lectivo, estão matriculados 2171 estudantes, de 90 países / Prensa Latina

Entre 400 e 500 bolsas atribuídas anualmente

Sobre os requisitos para a entrada na instituição, a reitora disse que são atribuídas entre 400 e 500 bolsas anualmente, e os aspirantes devem ser pessoas com baixos rendimentos económicos e ter um título de bacharelato.

Os Estados Unidos estão entre os países presentes na ELAM desde o seu início, graças aos esforços do reverendo norte-americano Lucius Walker e ao projecto Pastores pela Paz, que possibilitaram a chegada dos primeiros estudantes dos EUA.

Existe a modalidade de estudo totalmente gratuita, na qual se integra a maior parte dos estudantes; a de convénio, em que os governos cobrem as despesas do curso; e a dos alunos autofinanciados.

Esta última modalidade – a que tem menos estudantes (84 em 2171) – mostra o prestígio da instituição a nível internacional, pois, referiu a reitora, estes jovens escolhem estudar em Cuba.

«Tenho planos de regressar quando me graduar e continuar estudos de pós-graduação», disse o ganês Ayamerath Kwadwo, enquanto para Leonel Omar a prioridade será voltar às Filipinas «para ajudar as comunidades mais necessitadas».

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A escola – lembra o Brasil de Fato – recebeu então centenas de estudantes das Caraíbas, por meio de um sistema de bolsas de estudo criado para permitir que jovens com poucos recursos económicos pudessem estudar Medicina de forma gratuita.

Com o passar do tempo, o projecto alargou-se a diversas regiões do mundo, nomeadamente a outras partes da América Latina e a África – região com a qual Cuba historicamente criou laços – e até mesmo aos Estados Unidos.

Até ao momento, a ELAM formou cerca de 31 mil médicos provenientes de quase 120 países; destes, mais de mil são brasileiros.

Actualmente, refere o Brasil de Fato, a maioria dos alunos vem da Colômbia, no âmbito dos acordos de paz assinados entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Nesses acordos, ficou estabelecido que a ELAM receberia jovens de áreas afectadas pela violência, com vista à sua reintegração social.

Entre os grupos com maior presença estão também estudantes de origem palestiniana, nascidos em Gaza e na Cisjordânia, bem como em campos de refugiados, no contexto da solidariedade de Cuba com a causa palestiniana.

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