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|Palestina

Escalada impune da agressão israelita, a dez anos da operação «Margem Protectora»

Pode parecer descabido evocar os acontecimentos de há dez anos «quando está em curso uma agressão genocida desproporcionadamente mais mortífera», afirma o MPPM, para demonstrar que não o é.

Destruição provocada pelos bombardeamentos israelitas no campo de refugiados de Jabalia, no Norte da Faixa de Gaza Créditos / PressTV

Numa nota emitida esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM assinala o início da operação «Margem Protectora», que Israel lançou contra a Faixa de Gaza a 8 de Julho de 2014, lembrando que nos 51 dias de guerra foram registadas 2251 vítimas mortais palestinianas e 11 231 feridos.

«A agressão israelita contra Gaza não só causou uma enorme perda de vidas, como provocou danos sem precedentes nas infra-estruturas públicas, deixando centenas de milhares de pessoas sem acesso a electricidade, água potável ou cuidados de saúde. A maioria da população de Gaza perdeu os seus meios de subsistência», lê-se no texto.

Num comunicado que assinalou o primeiro aniversário daquela agressão, o MPPM afirmava: «Entre 8 de Julho e 26 de Agosto de 2014 o mundo civilizado indignou-se com os relatos das barbaridades cometidas contra o povo de Gaza. Depois, tudo voltou "à normalidade" – os media deixaram de falar de Gaza, os problemas deixaram de existir. E nem o relatório da Comissão Independente designada pelas Nações Unidas que evidencia, uma vez mais, a prática de crimes de guerra por Israel, parece despertar as consciências. Até quando permitiremos que esta situação persista?» A resposta – sublinha o organismo solidário – está dada: pelo menos nos dez anos que se seguiram.

Entretanto, os números de 2014 «empalidecem» quando comparados com os da actual «agressão genocida», «desproporcionadamente mais mortífera», e, neste contexto, «pode parecer descabido evocar agora estes acontecimentos de há dez anos». Mas, no entender do MPPM, justifica-se evocar a agressão de 2014, por três ordens de razões.

Do «nem tudo começou a 7 de Outubro» à inoperância das instâncias internacionais

Um dos motivos pelos quais o MPPM valida essa evocação prende-se com a necessidade de contrariar «quem persiste em fazer crer que tudo começou em 7 de Outubro de 2023 e tudo se justifica em nome do sacrossanto direito de Israel à sua defesa».

«A História tem um fluir contínuo e não pode ser constantemente reiniciada por vontade de quem pretende apagar da memória os crimes passados», acrescenta.

Além disso, evocar a agressão israelita de há dez anos contra Gaza serve para alertar para o perigo de banalização dos crimes israelitas. «Como cada agressão é mais bestial que a anterior, o limiar a partir do qual a opinião pública reage tende a aumentar», sublinha o movimento.

Como exemplo refere aquilo que se passa na Cisjordânia, onde os «apenas» 528 mortos e 5000 feridos desde o início das hostilidades, em Outubro de 2023, «passam despercebidos face à enormidade dos números de Gaza».

Lembrar o início da operação «Margem Protectora» é ainda importante para trazer à evidência «a inoperância das instâncias internacionais, por culpa dos estados que as integram e da sua submissão aos ditames estadunidenses».

Neste sentido, o MPPM pergunta: «De que servem os relatórios das comissões independentes e a própria Carta das Nações Unidas, as determinações do Tribunal Penal Internacional, as decisões do Tribunal Internacional de Justiça, os tratados e convenções internacionais, se o Estado fora-da-lei de Israel deles faz tábua rasa sem que por isso sofra qualquer punição?»

No documento ontem publicado, o MPPM insta ainda a opinião pública portuguesa a não desfalecer no seu apoio solidário à causa do povo palestiniano, bem como a exigir ao Governo que assuma as responsabilidades que lhe incumbem, nomeadamente por estar obrigado ao cumprimento da Constituição da República Portuguesa, e «acima de tudo por ser uma emanação do regime democrático nascido da Revolução dos Cravos com a responsabilidade histórica de dar corpo aos seus ideias de liberdade, de justiça e de solidariedade».

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