Para ontem estavam agendados pelo menos 75 mobilizações em 22 estados e no Distrito Federal, segundo anunciaram os organizadores. O objectivo era denunciar os sucessivos cortes orçamentais no Ministério da Educação (MEC) e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Segundo refere a Rede Brasil Atual, as manifestações serviram também para dizer ao actual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, que «pintou um clima de fim de mandato».
A jornada nacional de mobilização foi convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), e manteve-se mesmo depois de um «recuo» do governo.
Segundo refere o portal Brasil de Fato, o governo brasileiro chegou a anunciar o recuo na intenção de bloquear verbas na Educação – capazes de inviabilizar o funcionamento de universidades e institutos –, mas retirou recursos a projectos de investigação.
Os estudantes entenderam esse «recuo» como uma forma de os tentar desmobilizar e decidiram manter a jornada de mobilização, também para expressarem o apoio a Lula da Silva na segunda volta das eleições presidenciais.
Por um lado, os estudantes rejeitam as políticas de Bolsonaro, por outro, entendem que a candidatura de Lula «contempla a defesa da democracia, da educação, da ciência e outros pontos» que eles advogam, explica o Brasil de Fato.
Defender a educação e dizer «fora, Bolsonaro»
Os actos decorreram ao longo do dia nas várias regiões do país, tanto nas instalações universitárias como nas ruas, com os estudantes a receberem o apoio de pessoas que não fazem parte da comunidade educativa.
«Hoje é fora Bolsonaro, em defesa da democracia, da educação e da ciência e tecnologia», disse Vinícius Soares, presidente da ANPG. Logo de manhã, estudantes dirigiram-se até ao edifício do MEC, em Brasília, e lembraram o «confisco» de verbas do orçamento do MEC, «desviadas para o "orçamento secreto" – criado por Bolsonaro para angariar apoio no Congresso de políticos do "centrão"», refere a Rede Brasil Atual.
À tarde, realizaram-se as concentrações em várias outras cidades. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Florianópolis, os actos em defesa da educação e ciência, e contra Bolsonaro foram «gigantes», de acordo com a fonte.
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