A administração norte-americana expulsou dois membros da missão diplomática de Cuba junto das Nações Unidas por, alegadamente, terem levado a cabo actividades contra a segurança nacional dos EUA.
Num tweet, a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, confirmou a expulsão, bem como a restrição de movimentos aplicada a ambos os funcionários cubanos acreditados na ONU, que, tal como os seus familiares, ficam impedidos de se mover, em território norte-americano, fora da Ilha de Manhattan.
Num comunicado divulgado esta sexta-feira pela Prensa Latina, a delegação cubana na ONU rejeita «categoricamente a expulsão injustificada» – para a qual não foram apresentadas razões concretas – e afirma-se que estas acções visam conduzir ao encerramento das «embaixadas bilaterais».
Com isto, acrescenta o texto, pretende-se «justificar o reforço do bloqueio económico, financeiro e comercial genocida contra o povo de Cuba e dificultar a luta que a Ilha trava contra o mesmo nas Nações Unidas, precisamente quando se inicia o 74.º período de sessões da Assembleia Geral».
«A administração dos Estados Unidos pretende afectar o prestígio da diplomacia revolucionária cubana, recorrendo à vulgar calúnia de que os diplomatas da maior ilha das Antilhas realizaram acções incompatíveis com o seu estatuto», lê-se no documento, no qual a missão diplomática destaca que, «com estas acções, Washington intensifica a sua política hostil contra a Ilha, lançando-se abertamente numa via de provocação e de ingerência contra Cuba».
Afirmando que Cuba não será intimidada, «nem com estas nem com outras provocações», e que não irá renunciar à luta «pela sua independência e soberania», a missão diplomática sublinha ainda que a razão assiste a Cuba, que «conta com a unidade e a decisão de luta de todo o povo e o apoio da comunidade internacional».
Na sua conta de Twitter, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, também denunciou, esta quinta-feira, a expulsão dos funcionárias da missão de Cuba, sublinhando que se trata de uma acção «injustificada» que visa «provocar uma escalada diplomática» e «endurecer ainda mais o bloqueio» imposto pelos EUA à Ilha.
O bloqueio orquestrado por Washington, que tem provocado escassez de combustível no país caribenho, foi classificado por Bruno Rodríguez como «ilegal, criminoso e genocida», estando na origem de «uma violação massiva, flagrante e sistemática» dos direitos humanos do povo cubano.
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