Centenas de milhares de estudantes das 32 universidades públicas da Colômbia, professores, trabalhadores de outros sectores de actividade, organizações sindicais e sociais participaram na jornada de mobilização em defesa do ensino superior público, vindo para as ruas e parques das principais cidades do país.
A jornada de mobilização, que, de acordo com a Prensa Latina, foi uma maiores registadas no país sul-americano na última década, foi convocada pelo Movimento Estudantil Universitário da Colômbia e contou com o apoio da Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode), da Coordenadora de Organizações Sociais (COS), da Central Unitária de Trabalhadores (CUT) e de organizações indígenas.
Contra o estrangulamento financeiro no sector do ensino público e uma política do governo definida como «guerra contra a educação pública», também se associaram deputados de partidos da oposição, associações de pensionistas, organizações comunais, de agricultores e de estudantes de universidades privadas.
Ensino superior público «à beira do colapso»
Os promotores das manifestações desta quarta-feira afirmam que, nos últimos 25 anos, as universidades públicas são alvo de uma política de desinvestimento por parte do Estado, que conduziu a um profundo défice orçamental nas instituições de ensino.
Os cerca de 600 mil estudantes das 32 universidades públicas reivindicam a gratuitidade do ensino, mas, em vez disso, são confrontados com o aprofundamento dos processos de privatização da educação superior.
Num manifesto, o Movimento Estudantil Universitário da Colômbia afirma que volta a manifestar-se «com a convicção de que a educação é o instrumento fundamental para acabar com a abismal desigualdade social, moral e intelectual da nação».
Por seu lado, a CUT apontou, em comunicado, as dificuldades que as universidades públicas enfrentam e pediu ao governo que aumente a dotação orçamental para as universidades, para o ensino pré-escolar, básico e médio, bem como para a área da Saúde e para o sector da Ciência e Tecnologia, diminuindo a despesa com a pasta da Defesa.
Já a Fecode alertou para o facto de «a educação superior pública na Colômbia estar à beira do colapso», sublinhando, em comunicado, a necessidade de defender «uma educação pública e de qualidade», indica a TeleSur.
Depois das mobilizações desta quarta-feira, que tiveram lugar por todo o país e abrangeram cidades importantes como Cáli, Barranquilla, Medellín, Cartagena e Bogotá, o movimento estudantil colombiano prepara-se para convocar uma paralisação nacional para exigir educação pública, gratuita e de qualidade, entendida como um direito fundamental e que não exclua os jovens com menos recursos.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui