|Médio Oriente

Liga Árabe: relações de paz com Israel só quando a Palestina for livre

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, disse este sábado que só será possível estabelecer relações de paz com Israel quando os direitos dos palestinianos forem restaurados.

Forças israelitas demoliram uma habitação e um poço de água em Faraseen, a Oeste da cidade de Jenin, no Norte da Cisjordânia ocupada, a 10 de Agosto de 2020. A localidade, com quase 200 habitantes, foi invadida há cerca de dez dias pelas forças israelitas, que ameaçaram demolir todas as casas, estruturas e poços de água, alegando que os palestinianos não têm as autorizações israelitas necessárias para aquela zona ocupada
CréditosAlaa Badarneh / EPA

Abul Gheit declarou, num comunicado, que ainda é necessário o fim da ocupação israelita na Palestina e um Estado palestiniano independente com total soberania sobre os seus territórios ser estabelecido.

«Uma paz real e duradoura continua a ser uma opção estratégica para os países árabes (…), mas a etapa de relações de paz entre árabes e israelitas só chegará quando o povo palestiniano obtiver a sua liberdade e independência e quando houver a restauração dos seus direitos legítimos», afirmou Abul Gheit.

Abul Gheit defendeu também que o povo palestiniano deve ter «total soberania» sobre os territórios ocupados em 1967 e que Jerusalém Oriental seja sua capital.

O secretário-geral lembrou que «há uma rejeição árabe completa e unânime dos planos de anexação de Israel» e de qualquer medida unilateral que vise «mudar o estatuto das terras ocupadas por Israel».

A afirmação da Liga Árabe ocorre depois de, no dia 13, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a normalização das relações diplomáticas entre Israel e os Emirados Árabes Unidos como parte de um acordo pelo qual as autoridades israelitas deverão paralisar a anexação de parte do território palestiniano ocupado, apesar de a Palestina ter ficado à margem da decisão. 

Tal como denunciou o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), nada se diz no referido acordo que comprometa Israel com a viabilização da solução dos dois estados, como a retirada dos territórios ocupados em 1967 ou sequer o congelamento da expansão dos colonatos, sublinhando que as zonas que Israel pretende anexar são referidas como «as áreas delineadas na Visão do Presidente para a Paz». 


Com agência Lusa

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui