Ambas as marchas foram convocadas pela Coordenada Juvenil Socialista (GKS) com o propósito de «erguer um muro de contenção contra o fascismo», afirma o portal gedar.eus, revelando que a mobilização de Bilbau partiu do Sagrado Coração e a de Pamplona da Praça do Castelo.
No final, responsáveis da Coordenadora destacaram o facto de terem enchido as ruas com palavras de ordem contra a guerra e o fascismo, com milhares de jovens que se posicionaram contra o imperialismo e a guerra, num contexto em que os governantes ocidentais implementam uma agenda belicista «sem oposição».
Também sublinharam o facto de o fascismo estar a ganhar força nas redes sociais, nas instituições e ao nível da rua, e, nesse contexto, afirmaram que as manifestações deste sábado têm uma mensagem clara: «faremos tudo o que pudermos para impedir que ganhem força.»
Sensibilizar os trabalhadores para a agenda económica e política da oligarquia ocidental
Outro aspecto destacado pelos promotores das manifestações em Bilbau e Pamplona foi o da necessidade imperiosa de «consciencializar os trabalhadores para a agenda estratégica da oligarquia europeia», que assenta no «ataque aos salários dos trabalhadores» e que tem estado a ser implementada em toda a Europa.
Este mesmo guião, de ataque aos direitos dos trabalhadores, abrange «a guerra e a reforma autoritária do Estado», afirmou a GKS, destacando a importância de «não permitir que a agenda da guerra seja normalizada».
A Coordenadora defende que a organização dos trabalhadores e a colaboração entre colectivos é fundamental para fazer frente a esta tendência crescente de ataque aos direitos dos trabalhadores e a um «autoritarismo» em que se incluem questões como o financiamento da indústria de armamento com dinheiro público, o aumento das despesas militares, a militarização das fronteiras, o endurecimento dos códigos penais ou a repressão policial.
Avanço de concepções reaccionárias e da extrema-direita
Para a organização juvenil de esquerda, além do guião económico e político, o grande capital também está a impor uma agenda cultural «reaccionária». Num contexto em que as condições de vida dos trabalhadores se degradam, a aposta do grande capital passa por financiar «a disseminação de discursos racistas, machistas e autoritários», denunciaram.
Há «um novo fascismo a crescer exponencialmente nos Estados ocidentais», alertou a GKS, lembrando que os partidos de extrema-direita estão a ganhar força na maior parte dos Estados europeus e que estes partidos «utilizam o poder institucional e dos media para disseminar ideias reaccionárias».
Unidade na luta contra a ameaça da guerra e do fascismo
Denunciando o papel daninho que os partidos liberais ditos de esquerda, como o PSOE, tiveram no agravamento das condições de vida dos trabalhadores e no crescimento da extrema-direita, por via da aplicação de políticas de direita, a organização juvenil sublinhou que «esses partidos não fazem parte da solução, mas do problema».
Em seu entender, só haverá avanços por via do aprofundamento da luta dos trabalhadores, da construção da unidade no seio da classe operária e do aprofundamento da consciência contra as concepções reaccionárias divulgadas pelo capitalismo.
É agora o momento
Mesmo no final, os representantes da GKS afirmaram: «É agora o momento de fazer frente às tendências fascistas e reaccionárias, e devemos enfrentá-las com toda a nossa força e inteligência.»
«O tempo avança sempre, mas a história pode recuar se estas tendências ganharem força e se normalizarem», alertaram, antes de declararem o seu empenho em «mostrar os dentes à reacção». «Entre os jovens trabalhadores do País Basco, faremos realidade uma cultura política contra a guerra e o fascismo», afirmaram.
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