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Milhares de trabalhadores manifestam-se em Madrid em defesa da Saúde pública

Dezenas de milhares de médicos e enfermeiros manifestaram-se, este domingo, em defesa de uma Saúde pública e de qualidade, e contra os cortes e as privatizações no sector na Comunidade de Madrid.

Manifestação em defesa da Saúde pública, em Madrid, a 15 de Janeiro de 2023 
Créditos / Público

Convocados pela Mesa en Defensa de la Sanidad Pública – Marea Blanca, os cerca de 30 mil manifestantes, segundo dados oficiais, criticaram as políticas do governo da Comunidade de Madrid, liderado por Isabel Ayuso (PP), e exigiram maior financiamento, mais profissionais e mais centros de cuidados primários na região.

Por volta do meio-dia, apareceu uma grande faixa contra os cortes nos serviços públicos de saúde da comunidade autónoma, atrás da qual seguiram milhares de pessoas no desfile que uniu o Ministério espanhol da Saúde e o Museu Rainha Sofia.

Durante a mobilização, que coincidiu com a greve que os profissionais de cuidados de saúde primária e de pediatria estão a realizar em defesa das condições de trabalho, Carmen Esbrí, porta-voz da Marea Blanca, disse ao Público espanhol que «isto está a ficar cada vez mais fora de controlo, apesar dos alertas que temos vindo a fazer há mais de uma década».

Ao longo da marcha ouviram-se palavras de ordem como «Ayuso demissão», «Nada para a privada», «Cortar na Saúde é criminoso» ou «2023 e Saúde Pública sem solução».

«Há mais de três anos que cerca de 200 mil cidadãos não têm médico de família, porque o seu médico se reformou ou está de baixa, e esses postos de trabalho não foram preenchidos, violando a Lei da Regulamentação Sanitária da Comunidade de Madrid», disse Esbrí durante a mobilização.

A região mais rica é a menos investe na Saúde

Já nas imediações do Museu Rainha Sofia, representantes da Mesa en Defensa de la Sanidad Pública – Marea Blanca defenderam o cumprimento da lei em vigor, de acordo com a qual o orçamento da Saúde deve corresponder a 7,5% do PIB, com 25% dessa verba dedicada aos cuidados de saúde primária.

Na ocasião, lembraram a existência de longas listas de espera nos hospitais, o que «exerce pressão sobre os utentes e provoca demoras vergonhosas e inadmissíveis; muito eficazes para que se vejam forçados a ter de recorrer à saúde privada».

Também denunciaram a «privatização silenciosa» do sistema através dos pacientes que são enviados do público para o privado – fazendo com que se «multipliquem os milhões de euros que são desviados da Saúde pública para os bolsos dos accionistas das empresas privadas».

A este propósito, referiram-se ao Elliott, um dos fundos abutre «mais agressivos do mundo», que opera em hospitais da Comunidade de Madrid e que fica com um de cada dois euros do orçamento da Saúde pública, indica o Público.

De acordo com a plataforma convocante, o lucro que diversas empresas obtêm com a Saúde pública ultrapassa os 30 mil milhões de euros. «Mais de 40% dos recursos públicos na Saúde vão parar a mãos privadas», denunciaram.

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