O aumento dos casos de infecção nos últimos dias levou a região de Madrid a restringir, a partir de hoje, a liberdade de movimentos a mais de 850 mil pessoas, ou seja, 13% dos seus habitantes, nas zonas da cidade onde houve um maior aumento dos contágios por Covid-19. Uma decisão criticada por milhares de pessoas das áreas afectadas, que saíram este domingo às ruas da capital espanhola em protesto contra as medidas impostas.
«Queres que me confine quando regresso a casa, depois de cruzar Madrid num metro sobrelotado para limpar as tuas ruas, cuidar do teu pai doente, servir-te comida, entregar à tua porta o pacote da Amazon», é uma das palavras de ordem dos moradores de Madrid que se manifestam contra as medidas de confinamento de bairros específicos, ao mesmo tempo que reivindicam maior investimento na saúde e a demissão de Isabel Díaz Ayuso, presidente do governo regional de Madrid, uma coligação entre o Partido Popular (PP) e o Cidadãos (Cs), com apoio parlamentar do partido de extrema-direita Vox.
Considerando o confinamento «selectivo», denunciam que a medida espelha a «desigualdade, iniquidade e décadas de esquecimento» a que são votados estes bairros.
«Em vez de proteger e cuidar das pessoas mais vulneráveis da nossa cidade e garantir que não sofrem com maiores taxas de infecção, os políticos optaram pela estigmatização, exclusão e discriminação territorial», dizem as associações municipais num manifesto conjunto, sublinhando que, muitos dos que agora vão estar sob medidas restritivas trabalham em empregos mal pagos, mas vitais, como cuidar de crianças, cuidar de pessoas mais velhas, manutenção em hospitais e serviços de entrega.
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