Num comunicado anterior à greve geral, divulgado no portal do Centro de Sindicatos Indianos (CITU, na sigla em inglês), os promotores da jornada de protesto afirmaram esperar uma participação não inferior a 250 milhões de trabalhadores, na expectativa de reverterem «as políticas contra os trabalhadores, o povo e o país».
Hoje, o CITU dá conta da elevada adesão entre funcionários públicos e do sector privado, trabalhadores portuários, dos seguros, da banca e dos transportes – a estrutura sindical referida estima que, só no sector dos transportes, em todo o país, 35 milhões de trabalhadores tenham feito greve.
Por seu lado, o Partido Comunista da Índia (Marxista) – PCI (M) – destaca «a magnífica acção colectiva» de hoje, num contexto marcado por «condições de vida extremamente difíceis», devido às políticas levadas a cabo pelo governo de Narendra Modi.
Os comunistas indianos valorizam igualmente a «enorme participação» dos camponeses e trabalhadores agrícolas, algo que, em seu entender, evidencia as dificuldades que se vivem nas áreas rurais.
Também destacado pelo PCI (M) é o facto de as organizações de estudantes terem passado a palavra a favor da greve, de modo a sublinhar «os custos crescentes na Educação e os ataques à democracia nos espaços universitários». A adesão dos docentes nos vários graus de ensino foi ampla.
Segundo os sindicatos e o PCI (M), a adesão à greve geral foi «total» no estado de Kerala e de Manipur, e «quase total» no de Tripura, onde os trabalhadores fizeram frente à brutalidade dos «brutamontes» ao serviço do partido no poder e da admnistração local.
Em Bengala Ocidental, a adesão à greve foi «muito grande», enquanto em Assam, Bihar, Jharkhand, Punjab, Odisha, Madhya Pradesh, Tamil Nadu, Maharashtra, entre outros estados, foi «bastante significativa».
Defender o emprego, aumentar os salários e o investimento
Entre as exigências divulgadas pela plataforma que convocou a greve geral, contam-se: o aumento do salário mínimo nacional para 21 mil rupias por mês; a criação de uma pensão mínima de dez mil rupias por mês; segurança social universal para todos os trabalhadores; medidas em defesa da criação de emprego e contra a destruição de postos de trabalho.
Com esta paralisação nacional, os sindicatos denunciam: a política crescente de privatizações, nomeadamente de sectores-chave do Estado (ferrovia, aviação, seguros e Defesa); o desinvestimento no sector público; as alterações na legislação laboral que favorecem o patronato e o surgimento da precariedade; o aumento de preços e a especulação; a Emenda à Lei da Cidadania.
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