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MST ocupa mil hectares de terras improdutivas em Minas Gerais

Trabalhadores rurais sem terra ocuparam este sábado a fazenda Campinas, no Noroeste de Minas Gerais, cujas terras são usadas para especulação, segundo denuncia o MST.

Trabalhadores rurais sem terra ocupam uma fazenda (imagem de arquivo)
Créditos / meon.com.br

Uma área improdutiva com aproximadamente mil hectares foi ocupada, na madrugada deste sábado, por mais de 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), informa o Brasil de Fato.

Numa nota, a direcção do movimento fez saber que a área ocupada, conhecida como fazenda Campinas (no município mineiro de Unaí), está a ser usada pelo Banco da Terra para especulação, «na perspectiva de garantir um aumento considerável do valor do hectare de terra na região».

De acordo com o MST, no Noroeste de Minas Gerais existem inúmeras áreas não produtivas, devolutas e «griladas» [cuja posse foi garantida por via da falsificação de documentos], e verifica-se um alto índice de exploração do trabalho dos assalariados rurais que migram de uma região para outra, por vezes em condições análogas à escravidão.

As terras «ficam nas mãos da máfia da grilagem e de invasões irregulares por parte de grupos económicos instalados na região, tendo em vista que esse território é central para os interesses do agronegócio produtor de feijão convencional, envenenado», denunciou Marco Baratto, que é membro da direcção nacional do MST no Distrito Federal e Entorno (DFE).

Por seu lado, Márcio Silva, também dirigente do MST, explicou que, nesta região, existem mais de 500 famílias acampadas em condições precárias, sublinhando que a ocupação da fazenda visou «aprofundar a luta pela terra», denunciar «a exploração irregular de terra e trabalho», e «dar visibilidade à alta demanda de famílias sem-terra na região».

Márcio Silva, que destaca a grande perseguição sofrida pelos sem-terra no Noroeste de Minas, explica que os assentamentos são os maiores produtores de leite do estado. Contudo, «as cooperativas ligadas ao agronegócio hegemonizam a comercialização e distribuição, pagando baixos valores aos produtores assentados», critica.

Patronato e agrários beneficiados com a gestão Temer

De acordo com o Portal Vermelho, o saldo de 16 meses de Michel Temer na presidência da República mostra que o patronato e os agrários têm sido beneficiados, em detrimento dos trabalhadores e dos indígenas.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica que 29 das 36 propostas entregues a Temer foram aprovadas. No caso dos agrários, 13 de 17 pontos viram luz verde. «O governo correspondeu plenamente às nossas expectativas. Foram acções de coragem, de um governo que não está pensando nas eleições do ano que vem. Acho que ele ousou em muita coisa», declarou à Folha de S. Paulo o deputado federal Marcos Montes, do Partido Social Democrático (PSD-MG) e presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, citado pelo Portal Vermelho.

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