A carga do navio é composta por 36 contentores com alimentos, 21 com café e 15 com arroz, no contexto da ajuda humanitária que o país centro-americano decidiu enviar a Cuba para fazer frente ao recrudescimento do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto à Ilha por Washington.
Segundo refere a agência Prensa Latina, o barco partiu ontem do Porto Arlen Siu em direcção à Baía de Bluefields, que é a principal rota nicaraguense de acesso a mercados internacionais nas Caraíbas e na Costa Leste dos Estados Unidos, localizada cerca de 290 quilómetros a leste da capital, Manágua.
A carga doada pelo executivo nicaraguense, liderado por Daniel Ortega, visa prestar apoio à maior das Ilhas Antilhas, afectada por uma aguda crise económica associada à pandemia de Covid-19.
A situação complexa que o país caribenho vive é em muito agravada pelo bloqueio, imposto formalmente a 3 de Fevereiro de 1962, e que, mais recentemente, foi agudizado pelas 243 medidas implementadas durante a administração de Donald Trump – ainda mantidas pelo actual presidente norte-americano, Joe Biden.
No navio Augusto César Sandino, seguem 50 contentores com alimentos – o terceiro lote de ajuda à Ilha enviado este ano pelo governo nicaraguense. Universidade chinesa denuncia sanções impostas pelos EUA. O navio mercante nicaraguense partiu este domingo do Porto Arlen Siu, a principal base de aceso do país centro-americano a mercados internacionais nas Caraíbas e na Costa Leste dos Estados Unidos, localizada cerca de 290 quilómetros a leste da capital, Manágua. Nele segue um carregamento que ronda as mil toneladas de arroz e feijão, esperado esta quarta-feira em Cuba, que enfrenta uma crise agudizada pelo bloqueio económico, comercial e financeiro imposto por Washington, e pela pandemia de Covid-19. Trata-se do terceiro carregamento com alimentos doado como ajuda humanitária à Ilha pelo governo da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), depois dos enviados em Agosto e Setembro último. O diplomata Bruno Rodríguez agradeceu esta sexta-feira a doação feita no dia anterior pelo país asiático para ajudar Cuba a enfrentar as dificuldades alimentares derivadas do bloqueio dos EUA e da pandemia. «O nosso sincero agradecimento ao povo e governo vietnamitas e às autoridades de Hanói pelo donativo de 12 mil toneladas de arroz ao nosso país, expressão das relações de irmandade histórica que nos unem», escreveu o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros na sua conta de Twitter. Na quinta-feira, durante uma recepção ao embaixador de Cuba em Hanói, Orlando Hernández, o primeiro-ministro do Vietname, Pham Minh Chinh, sublinhou os laços de fraternidade e amizade que ligam ambos os países, noticia a Vietnam News Agency (VNA). Na ocasião, Chinh, destacando a importância da cooperação bilateral, disse ao embaixador Hernández que os dois países devem implementar orientações e medidas para reforçar as relações tradicionalmente abrangentes entre ambos. Ao fazer a entrega simbólica do carregamento, o primeiro-ministro explicou que, do volume total, dez mil toneladas foram doadas pelo Partido Comunista (PCV), o Estado e o povo vietnamitas. As restantes 2000 toneladas são uma oferta do Comité do PCV de Hanói a Havana. A doação, oficializada a 17 de Abril último numa cerimónia em Hanói, foi concretizada esta semana em Haiphong, cidade portuária também no Norte do país asiático. O Partido Comunista, o Estado e o povo vietnamitas procederam à entrega das 5000 toneladas de arroz que tinham prometido a Cuba, para ajudar a Ilha a resolver as suas dificuldades alimentares em plena luta contra a Covid-19. A entrega ocorreu na cidade portuária de Haiphong, a mesma onde, nos anos 60 e 70 do século passado, chegavam o acúçar e outros produtos cubanos em apoio a um povo que então combatia pela sua liberdade e independência, indica o portal Cubadebate. Ao agradecer a doação, a embaixadora de Cuba, Lianys Torres, referiu que este gesto nobre e solidário é expressão das históricas relações de amizade especial e fraternidade entre os dois países. A doação tornou-se oficial no passado dia 17 de Abril, numa cerimónia em Hanói em que a embaixadora recebeu uma carta do secretário-geral do Partido Comunista e presidente do Vietname, Nguyen Phu Trong, dirigida ao seu par cubano, Raúl Castro, e ao presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel. Então, a diplomata cubana lembrou que, 59 anos antes, Cuba enfrentava a invasão da Baía dos Porcos e, em menos de 72 horas, derrotava-a. «Com esse mesmo espírito, o nosso povo está a enfrentar a Covid-19 e também a venceremos», afirmou Torres na altura, antecipando o que está a acontecer agora na Ilha. Na mesma ocasião, o chefe do governo vietnamita, Nguyen Xuan Phuc, expressou o agradecimento do Vietname pelo permanente apoio e a solidariedade de Cuba para com o povo vietnamita, e disse que o seu país estará ao lado do país caribenho para o ajudar a aliviar a dureza do bloqueio e a enfrentar as dificuldades resultantes da pandemia. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Vamos acompanhar lado a lado o povo cubano, que nos momentos mais difíceis da nossa história esteve connosco e tornou válida a frase do seu líder, Fidel Castro: "Pelo Vietname Cuba está disposta a dar até o seu próprio sangue"», referiu, citado pela Prensa Latina. Ao intervir, o embaixador cubano, Orlando Hernández Guillén, agradeceu este gesto ao PCV, ao Estado e ao povo vietnamitas, tendo destacado a confiança existente entre os governos dos dois países. Durante a pandemia de Covid-19, o Vietname já tinha ajudado o país antilhano a enfrentar as consequências do bloqueio imposto pelos EUA, tendo feito chegar a Cuba 5000 toneladas de arroz e material médicos para enfrentar a situação de emergência sanitária. Nos últimos dias, vários países, como a Rússia, o México e a Bolívia, enviaram para o país caribenho medicamentos, material hospitalar e alimentos, cuja entrega gratuita à população o Ministério do Comércio Interno cubano prepara. Entretanto, os EUA decretaram esta sexta-feira mais sanções contra funcionários e entidades cubanos. De acordo com as autoridades da Ilha, tais medidas são irrelevantes do ponto de vista prático, mas têm implicações políticas, uma vez que fazem parte da escalada agressiva contra o país caribenho promovida por Washington. «Os Estados Unidos não têm a menor autoridade legal, política ou moral para sancionar as pessoas pelo mundo fora», afirmou há dias Bruno Rodríguez, que lembrou o historial pouco abonatório dos EUA em matéria de repressão, de utilização das forças armadas em terceiros países, de vítimas chamadas colaterais e de acções de tortura. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Esses lotes, que chegaram ao Porto de Mariel, na província cubana de Artemisa, continham cada qual 549 toneladas de feijões e 28 mil galões de azeite vegetal, informou então o Ministério do Comércio Externo de Cuba. Além da ajuda nicaraguense, informa a Prensa Latina, Cuba recebeu lotes provenientes da Rússia (89 toneladas de alimentos e material sanitário), do México (612 toneladas de materiais) e do Vietname (12 mil toneladas de arroz). Num relatório intitulado «Dez Perguntas para a Democracia Americana» [«Ten Questions for American Democracy»], o Instituto Chongyang de Estudos Financeiros, da Universidade Remnin da China, afirma que a imposição de sanções arbitrárias, por parte dos Estados Unidos, a países como Cuba, Venezuela, Irão, Bielorrússia, Síria, Líbano, conduziu à recessão económica e ao descontentamento social. Afirmando que Cuba, a República Popular Democrática da Coreia, o Irão e a Síria figuram entre os países sancionados há mais tempo, a investigação académica qualifica o caso da Ilha como «um dos mais infames». «Os Estados Unidos lançaram revoluções coloridas noutros países do mundo para derrubar e subverter os regimes eleitos legitimamente pelos seus povos, e, ao mesmo tempo, promoveram o poder político pró-americano […] como agente dos seus interesses», lê-se na parte 9.3 do estudo, que dá grande destaque à Venezuela como exemplo da ingerência norte-americana. O texto insta os EUA a colocarem a si mesmos dez questões sobre o seu sistema democrático – que desmonta e desmascara –, numa altura em que Washington está a promover a chamada cimeira sobre a democracia, que terá lugar esta semana. A cimeira tem como «objectivo estabelecer uma agenda para a renovação democrática e fazer frente às maiores ameaças que os países enfrentam». Mas também é vista como mais uma tentativa de Washington para «travar» a China. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
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O anúncio de um novo carregamento com ajuda para Cuba, por parte do governo nicaraguense, seguiu-se à condenação reafirmada, na sexta-feira, do bloqueio imposto por Washington à Ilha, que foi qualificado como «criminoso» e «barbárie do imperialismo norte-americano».
«Fazemos nossa todas as denúncias, reivindicações e exigências que representam a vontade e o compromisso dos povos livres do mundo, em luta pela justiça, a solidariedade e a paz. Contra o bloqueio a Cuba revolucionária, todos juntos. Vamos em frente», afirmou o governo nicaraguense em comunicado.
Ao longo de 2021, a Nicarágua enviou para a Ilha três carregamentos semelhantes, o último dos quais, no início de Dezembro, incluía 50 contentores com alimentos.
Além da ajuda nicaraguense, refere a fonte, ao longo do ano passado Cuba recebeu lotes provenientes de países como Rússia, México, Vietname ou Bolívia.
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