Moradores de Astrabudua (Erandio) e activistas do Sindicato Socialista de Habitação da região biscainha de Uribe Kosta concentraram-se, ontem de manhã, para denunciar o despejo de uma mulher de 70 anos e o seu neto, que se concretizou, no meio de forte contestação e cargas da Ertzainta.
No fim-de-semana, a organização de defesa do direito à habitação alertou para o caso, explicando que a mulher, com um grau de incapacidade de 69% e a viver com uma pensão de viuvez de 700 euros, tinha solicitado um empréstimo de 7000 euros a uma empresa.
O empréstimo foi-lhe concedido depois de assinar «cláusulas abusivas» e depois de a terem obrigado a colocar a casa como aval. Entretanto, os juros aumentaram de «forma desmesurada» e, «quando a afectada incorreu em situação de não pagamento, iniciou-se um processo de despejo», explicou a organização, citada pelo portal Ecuador Etxea.
Nos últimos anos, a situação de «vulnerabilidade» da moradora de Astrabadua levou a que fossem aplicadas várias moratórias, mas, quando o parecer sobre essa «vulnerabilidade» foi «desfavorável», foi decretada a acção de despejo.
O Sindicato Socialista de Habitação de Uribe Kosta acusa a Polícia, o poder judicial e as instituições públicos de terem colaborado para esta situação.
Outro aspecto que destaca é o facto de estar a correr na Justiça, há já seis anos, um processo por burla contra a empresa Tu mejor préstamo, que agora pode ficar com esta casa «mesmo que a Justiça acabe por decidir que se trata de uma burla».
Em protesto contra o despejo e para exigir a libertação de duas pessoas solidárias detidas pela Polícia, foi convocada para ontem uma concentração na Praça Josu Murueta, em Astrabudua.
Os organizadores afirmam que o actual sistema «funciona sempre para benefício do negócio da habitação e nunca para o daqueles que precisam de casa para viver», e denunciam a rede de cumplicidades montada para «defender este negócio à custa das necessidades de todos».
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