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País Basco: pelo menos 64 trabalhadores perderam a vida enquanto trabalhavam

Por comparação com 2023, em 2024 registou-se um aumento de quase 10% de mortes em acidentes de trabalho no País Basco Sul, com a maior parte dos casos a verificar-se no sector dos transportes.

Protesto sindical, junto a uma fábrica, em Gasteiz, onde um trabalhador perdeu a vida Créditos / LAB

Com o ano de 2024 a chegar ao fim, fontes sindicais revelaram o número de mortes registadas no trabalho assalariado este ano: no País Basco Sul, pelo menos 64 trabalhadores perderam a vida no trabalho, a caminho do trabalho ou no regresso do trabalho.

A maioria das mortes foram classificadas como «traumáticas» – 43 – e os restantes casos foram «não traumáticos» ou in itinere, refere o portal gedar.eus.

De acordo com os dados divulgados pelo sindicato LAB, no ano que agora findou foram registadas 18 mortes em sinistros laborais na província de Guipúscoa, 17 na de Navarra, enquanto na Biscaia se verificaram 14 e em Álava três.

Também foram incluídos nas contas do ano os trabalhadores do País Basco Sul (Comunidade Autónoma Basca e Navarra) que perderam a vida enquanto trabalhavam noutros territórios.

O LAB e outros sindicatos bascos revelaram que, em 2023, 59 trabalhadores perderam a vida enquanto trabalhavam, pelo que os números referentes a 2024 representam um aumento de quase 10%.

Os casos de mortes consideradas «traumáticas» foram os que mais aumentaram: mais 35 casos e mais 22% no País Basco Sul, por comparação com 2023, indica o portal gedar.eus.

O sector dos transportes, o mais mortífero

Em 2024, a maior parte de mortes no local de trabalho ou ligadas ao trabalho verificou-se entre os trabalhadores de transportes de mercadorias: pelo menos 14, mais seis do que no ano anterior, refere a fonte.

Ainda no âmbito das mortes laborais ditas «traumáticas», houve 12 trabalhadores que perderam a vida ao lidarem com máquinas (presos ou com outro tipo de problemas) e dez faleceram na sequência de quedas (principalmente no sector da construção).

No sector primário, pelo menos quatro trabalhadores morreram atropelados pelos tractores que conduziam. Outras quatro pessoas oficialmente reformadas também morreram desta forma, mas não são tidas em conta nos cálculos.

Mais de mil mortos em acidentes de trabalho de 2008 até Julho de 2023

De acordo com os dados recolhidos pelo LAB e divulgados em Julho de 2023, desde 2008, mil pessoas perderam a vida no trabalho no País Basco – facto que a organização sindical classifica como «absolutamente inadmissível».

Pelo facto, responsabilizou as empresas e as instituições dos diversos níveis da administração, «que continuam a olhar para o lado face a um problema social e laboral tão grave como são os acidentes de trabalho mortais».

Neste sentido, o sindicato apontou o dedo aos executivos, por contarem «com competências para fazer cumprir a norma da saúde laboral». «O facto de não atribuir recursos para a fiscalização do cumprimento representa "via livre" para o patronato», que «sabe que não será sancionado se não cumprir a lei», denunciou, acrescentando que «não tocar no patronato» é uma decisão política.

Por isso, o LAB exigiu medidas eficazes e sanções para quem põe em risco a vida dos trabalhadores, perguntando até quando vai ser preciso ver «como os nossos colegas perdem a vida por causa da ganância e da irresponsabilidade de uns quantos».

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