O comunicado emitido esta quarta-feira pela diplomacia síria surge em resposta a declarações recentes de Josep Borrell, alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, que fez depender o levantamento das sanções impostas ao país árabe do início de um «processo político real».
A repetição dos comunicados que alguns representantes da UE publicam periodicamente «com base nas suas ilusões e sonhos», relativamente ao processo de reconstrução da Síria, «mostra com clareza o não entendimento do que se passa na Síria e na região», lê-se no texto divulgado pela agência SANA.
«No caso de haver condições, é a Síria quem as impõe, e a única condição vinculante para qualquer das partes consiste em regressar à Síria exclusivamente através da porta do respeito pela soberania e dos interesses sírios», destaca a nota.
«As políticas implementadas pela União Europeia fazem com que a mesma seja um prolongamento do colonialismo na sua forma moderna», afirmam as autoridades sírias, acrescentando que «a UE saiu da Síria tal como o colonialismo, e não voltará seja sob que designação for, nem mediante um processo político que satisfaça os seus interesses, nem por via de eleições que concretizem os seus sonhos».
O texto precisa que aquilo que a UE propôs à Síria antes da guerra «nunca foram doações ou ofertas, mas empréstimos que foram sendo pagos periodicamente com o dinheiro do povo sírio».
Acrescenta que «todas as instalações que a Síria contratou à UE antes da guerra nas áreas da electricidade e da saúde pararam devido ao bloqueio e às sanções, que afectaram de forma negativa os cidadãos e provocaram o aumento da taxa de mortalidade».
«Para a Síria, a política da União Europeia e a do Daesh são duas caras da mesma moeda, que é o dólar norte-americano», denuncia o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que alerta para o «perigo» daquilo que a «instituição da UE está a fazer».
O governo de Damasco esclarece ainda que faz a distinção entre essa política da UE e a de alguns países que integram o bloco, na medida em que assumiram «posicionamentos objectivos sobre o está a acontecer» no país levantino.
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