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Professores argentinos em greve contra a repressão policial

Com a greve desta terça-feira, a nível nacional, os professores argentinos reivindicam aumentos salariais e denunciam a repressão sofrida pelos docentes nas províncias de Chubut e Corrientes.

Os professores argentinos estão novamente em luta, depois da grande Marcha Educativa, realizada a 23 de Maio, em defesa de aumentos salariais e da Escola Pública
Créditos / infobae.com

A paralisação de hoje, convocada pela Confederação de Trabalhadores da Educação da República Argentina (CTERA), é a quinta que os docentes realizam este ano no país austral e incluirá uma manifestação, em Buenos Aires, até ao Ministério da Educação, para exigir à tutela «a abertura urgente de negociações salariais» (a nível nacional) e repudiar «a repressão sobre colegas».

A convocatória da greve, que também conta com o apoio do Sadop (Sindicato Argentino de Docentes Privados), surgiu na sequência de uma violenta operação policial, na semana passada, contra docentes da província de Chubut, na Patagónia argentina, que aguardavam à porta do edifício do governo, em Rawson, os resultados de uma reunião de negociação salarial – que acabou sem que as partes chegassem a um acordo.

No caso de Corrientes, no Norte do país, uma marcha de professores que participavam na greve geral do passado dia 25 de Junho foi também duramente reprimida pela polícia.

De acordo com o diário argentino Página 12, «a situação na província da Patagónia é crítica», sendo que os professores, os trabalhadores da Saúde e da Justiça, entre outros, têm os salários congelados desde Maio do ano passado.

«A situação é gravíssima. Há muitos colegas que já não conseguem pagar o aluguer», declarou Sonia Alesso, secretária-geral do CTERA, ao Página 12. E acrescentou: «Chubut é o primeiro caso, mas julgamos que não vai ser o último, pois existe uma série de condições em todo o país para que isto aconteça.»

«Se atacam um, atacam todos»

Sobre os factos ocorridos em Chubut e Corrientes, a secretária-geral do CTERA disse à imprensa que, «se atacam um de nós, atacam todos», e sublinhou a necessidade de a greve se «fazer sentir em cada uma das escolas do país», refere a Prensa Latina.

Há pouco mais de um mês, mais de 200 mil professores argentinos realizaram na capital do país a Marcha Federal Educativa, exigindo negociação colectiva, melhores salários e condições de trabalho, e dizendo «não» à política de Macri de destruição da Escola Pública.

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