A greve foi convocada pelo Joint Forum of Tea Garden Workers [Fórum Conjunto dos Trabalhadores das Plantações de Chá] para exigir um aumento de 20% no salário mínimo diário, ou seja, que os trabalhadores das plantações passem a auferir diariamente 203 rupias (2,57 euros), em vez das actuais 169 rupias (2,14 euros), segundo revelou à AFP o dirigente sindical Aloke Chakraborty.
Os cerca de 20 sindicatos que apoiaram a greve, que teve início na terça-feira e durou três dias, exigiram também que o pagamento da electricidade, da roupa e da educação dos filhos dos trabalhadores esteja a cargo das entidades patronais ou do estado de Bengala Ocidental, no Leste da Índia.
Os mais de 400 mil trabalhadores das plantações da região de Darjeeling, localizadas nas encostas dos Himalaias e famosas pelo chá que exportam para todo o mundo, entraram em greve na terça-feira depois de, nesse dia, os donos das plantações não terem comparecido à reunião agendada com os sindicatos e representantes do governo estadual para discutir as reivindicações dos trabalhadores, segundo informa o Indian Express.
Na quarta-feira, segundo dia de paralisação, os trabalhadores das plantações de chá levaram a cabo manifastações e concentrações no Norte do estado. Anuradha Talwar, membro do sindicato Paschimbanga Khet Mazdoor Samiti, disse ao Indian Express que as «reivindicações dos trabalhadores das plantações de chá são inteiramente justas» e que «tanto o governo como os donos das plantações têm a obrigação de pagar aos trabalhadores um salário que lhes permita viver; aquilo que recebem agora é um salário para morrer à fome», denunciou.
Para dia 13 deste mês foi agendada uma nova reunião entre sindicatos, governo local e donos das plantações, que, através da Associação do Chá da Índia, já se queixaram das «grandes perdas económicas causadas pela greve», uma vez que esta época coincide com um dos picos de produção.
Enquanto vestígio da época colonial britânica, as plantações de chá no Norte e no Nordeste da Índia são tema habitual na imprensa indiana, em virtude dos salários de miséria que são pagos neste sector – inferiores aos do resto da agricultura –, das péssimas condições de trabalho e das lutas laborais frequentes.
A Federação Sindical Mundial expressou o total apoio às centenas de milhares de trabalhadores em luta nas plantações de Darjeeling.
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