A Associação de Estudantes (AE) exige o início das obras que estavam previstas para Agosto de 2011 já que os problemas nas estruturas ameaçam o bem-estar dos alunos.
Catarina Pinheiro, da AE, informa que já caiu um telhado no final do primeiro período deste ano lectivo, que chove dentro das salas e se sente «muito frio» dentro das salas. «Trazemos mantas, sacos de água quente, cinco camadas de camisolas, Nem sempre ajuda, mas às vezes é necessário», admite.
A aluna explica que a degradação se verifica um pouco por toda a escola, seja no ginásio velho, nas oficinas de arte ou num telheiro, que «não cumpre a sua funcionalidade» porque «chove debaixo dele».
«As oficinas de arte têm más condições e, especialmente no Inverno, é muito difícil trabalhar com certo tipo de materiais porque temos que estar sempre a lavar as mãos», refere.
No ginásio velho, alerta para os perigos que os alunos correm e dá exemplos. «O chão está super degradado, as tábuas levantam e as janelas caem para o lado dos cacifos».
As dezenas de alunos que estão concentrados junto ao portão da Escola Secundária Camões colocaram faixas para denunciar também a falta de condições das casas de banho e a chuva que cai dentro das salas, mas a escola mantém-se aberta. Os estudantes protestam sob o mote «Fartos de Blá Blá! Obras Já!».
Lutar por uma «Escola mais democrática»
A AE da Escola Secundária (ES) de Camões está entre as que, a nível nacional, subscreveram o apelo da Associação de Estudantes da ES Carlos Amarante, em Braga, para uma acção de protesto na semana de luta de 19 a 23 de Março. O objectivo é lutar por «uma Escola mais democrática» e comemorar o Dia Nacional do Estudante.
Na sua página do Facebook, a AE da Carlos Amarante recorda que o Dia Nacional do Estudante, assinalado a 24 de Março, «é um dia de comemoração, de luta e de homenagem a todos os estudantes que, na década de 60, lutaram contra a opressão do regime fascista clamando pela liberdade e pelo direito de reunião e associação, e todos os estudantes que desde então não baixam os braços na defesa da escola pública», apesar dos constrangimentos.
Neste sentido, denuncia o facto de o trabalho das associações de estudantes ser «muitas vezes limitado e comprometido» devido a «pressões e proibições por parte das direcções das escolas», mas também pela «falta de meios e apoios para desenvolver actividade».
Os estudantes lembram que os cortes na educação ainda não foram revertidos e que é por eles que, de Norte a Sul, as escolas enfrentam situações como a falta de funcionários e de professores, a falta de investimento na Acção Social Escolar, os preços «hiperbólicos» dos manuais escolares ou a superlotação das turmas, a par de necessidades básicas como papel higiénico e aquecimento.
Até ao momento, já subscreveram o apelo, entre outras, as associações de estudantes da ES de Casquilhos, no Barreiro, da ES de Silves, no Algarve, da ES António Damásio, em Lisboa, da ES José Falcão, em Coimbra, e das secundárias de Salvaterra de Magos e da Ginestal Machado, em Santarém.
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