A manifestação dos utentes surge na sequência do anúncio da transportadora de que estão disponíveis a partir de hoje seis navios para assegurar todas as carreiras nas horas de ponta da manhã e da tarde.
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro diz que o reforço é «claramente insuficiente», atendendo ao número de passageiros que diariamente utilizam o transporte fluvial, acrescentando que o conselho de administração – que pede que se demita –, «nada fez na defesa dos utentes».
Desde o início da semana que a vida dos passageiros do barco para Lisboa se converteu num inferno. Para tal contribuiu a redução de oito carreiras no período da manhã.
Após os episódios ocorridos mal se iniciou a supressão, com várias pessoas a sentirem-se mal depois de terem tentado forçar a entrada no cais de embarque, a empresa ainda solicitou aos utentes para evitarem a chamada hora de ponta, entre as 8h e as 9h.
Mas, tal como recordou esta manhã à Lusa Antonieta Fortunato, da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro, «a administração da Soflusa não pode pedir às pessoas que evitem as deslocações entre as 8h e as 9h, porque estas precisam de ir trabalhar».
Os passageiros exigem ser «servidos com dignidade». Para isso é preciso que a frota esteja operacional, ou seja, que respeite todas as condições de segurança e navegação. A este pressuposto, os passageiros juntam a higiene e limpeza dos navios.
Num comunicado, a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos recorda que, em 2015, realizou uma tribuna pública onde denunciou a falta de investimento na frota e a tentativa de redução de serviços públicos prestado pela Soflusa, «uma vez que esta pretendia vender uma embarcação ficando disponíveis somente oito, deixando milhares de passageiros sem disponibilidade de horários».
Volvido este tempo, acrescenta, «assistimos à indisponibilidade da frota que assegure o normal funcionamento das carreiras fluviais para os trabalhadores, estudantes e demais utentes que diariamente se deslocam à capital».
Os utentes insistem que esta indisponibilidade se deve à falta de manutenção da frota existente e que «não basta falar em investimento no futuro, tem de se cuidar do presente». Para tal, exigem uma «resolução urgente» por parte do Governo, de modo «a evitar que esta redução de carreiras continue a provocar a diminuição do número de utilizadores, que assim optam pelo transporte próprio», afectando diariamente «milhares de utentes».
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