Depois do protesto organizado pelos moradores da comunidade em risco de despejo, a Câmara Municipal de Loures convocou na passada sexta-feira os vários agregados familiares para uma reunião com técnicos sociais da Câmara Municipal. No entanto, segundo o Vida Justa, «estes atendimentos sociais não passaram de uma ilusão», nem se traduziram numa «avaliação da situação social real de cada família nem corresponderam a um apoio social efectivo e adequado às dificuldades».
O movimento adianta que o município não apresentou «qualquer alternativa adequada em caso de despejo», encaminhando os moradores para o inacessível mercado de arrendamento, com a promessa de «apoio de um mês de renda e um mês de caução depois dos moradores terem assinado contrato».
Apesar de trabalharem a tempo inteiro, os rendimentos destas famílias não são suficientes para manter o pagamento das rendas, para além das dificuldades em fazer um contrato de arrendamento, obtendo muitas vezes respostas negativas por parte dos proprietários que se «recusam a alugar a sua casa a pessoas negras».
Entretanto, o Vida Justa acusa a vice-presidente da Câmara, Sónia Paixão, de ameaçar as famílias com o accionamento dos mecanismos de retirada das crianças menores, «manifestando assim uma coerção ao silenciamento dos moradores».
Estas famílias, que «têm feito tudo para protegerem os seus filhos», vão marcar presença na reunião da Assembleia Municipal de Loures, que terá lugar esta quinta-feira, pelas 19h30, na expectativa de alcançar um compromisso de resolução do seu problema por parte do executivo de Ricardo Leão.
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