A política cultural de PS e PSD não difere muito e o caso do Centro Cultural de Belém (CCB) é disso mesmo exemplo. O projecto CCB New Development 2023 foi uma segunda tentativa daquilo que esteve sempre pensado, que não era servir as populações.
Conforme se pode ler na apresentação do CCB New Development 2023, «está previsto desde o início do lançamento do projeto de construção do Centro Cultural de Belém, em 1993, o desenvolvimento dos Módulos 4 e 5, que agora se apresenta, dando assim plena
concretização ao projeto inicial de “Cidade Aberta”, então preconizado pelo consórcio
de projetistas Gregotti Associatti e Risco».
Depois do concurso inicial de 2018 ter caído, a Fundação CCB abriu novo concurso internacional em Outubro de 2023 para adjudicar o projecto para um hotel e uma área comercial, tendo havido dois candidatos: o Grupo Pestana e a construtora Alves Ribeiro.
As obras de ampliação do CCB foram declaradas «interesse excepcional» para a cidade de Lisboa em 2017 quando a Câmara Municipal de Lisboa aprovou as alterações ao Plano Director Municipal que impedia este tipo de empreitadas. À data era o PS poder autárquico e somente PCP e BE votaram contra. Para o vereador comunista João Ferreira, «o que tinha sentido era promover a consulta pública antes de tirar qualquer conclusão sobre o interesse excepcional» e considerou «estar a declarar já o interesse excepcional torna a consulta pública um mero pró-forma».
O PCP vincou mesmo que não concordava com a expansão prevista para o CCB pois considerou que «um hotel para aquela zona da cidade não é de interesse excepcional», acrescentando que «nenhum dos módulos vai significar um aumento da área para fruição pública».
A Fundação CCB emitiu hoje um comunicado que dá a saber que o Grupo Alves Ribeiro foi o vencedor do concurso para a construção do hotel de luxo e da zona comercial. Segundo a Fundação, o contrato entre as partes vai ser assinado no início do próximo ano, ao que se seguirá o início dos trabalhos de licenciamento do projecto, cuja conclusão está prevista para 2028, num investimento de cerca de 80 milhões de euros.
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