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Assinaturas gratuitas do Público para estudantes excluem letras e jornalismo

O Público lançou o PSuperior, uma iniciativa que cria vagas de acesso gratuito ao jornal a universitários. A polémica surge pelo facto de as universidades e cursos abrangidos serem escolhidos por empresas privadas.

A iniciativa do jornal Público está longe de ter consenso pela forma como a instituição optou por deixar nas mãos de empresas privadas o critério de atribuição da assinatura. O projecto PSuperior é apoiado por parceiros comerciais como a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, Google, Unilever, Fidelidade, IPG, Mota-Engil, Porto Editora, Volkswagen e Fuel.

Aparentemente, não só as vagas variam de instituição para instituição, como, em certos casos, há diferenças entre faculdades. Não há uma única faculdade de letras do País com direito a assinatura. O mesmo se aplica ao arquipélago dos Açores, já que a sua universidade não teve direito a uma única vaga.

O Público permite que seja um grupo de entidades privadas a escolher os estudantes que terão acesso ao jornal, dando-lhes a liberdade de determinar quais são as áreas que constituem «uma mais-valia para a sociedade portuguesa», como se pode ler na apresentação do projecto.

Nenhum curso da área de jornalismo e comunicação teve direito à assinatura gratuita. A contradição de um jornal dinamizar uma iniciativa que não abrange os seus futuros profissionais, leva a que se questionem os critérios que a orientam. Ao verificar as universidades abrangidas, nota-se que a iniciativa apenas está disponível para cursos de engenharia, arquitectura, design, direito, medicina e ciências biomédicas, economia e gestão.

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