Apesar das tentativas para incrementar o racismo, a xenofobia e, por sua vez, a divisão entre os trabalhadores e restantes camadas da população, os estudantes mostram que o caminho a ser trilhado dever ser antes o da salvaguarda dos direitos.
Decorreu este fim-de-semana, em Setúbal, o Encontro Nacional de Direcções Associativas (ENDA), o fórum de discussão de todas as Associações de Estudantes e Associações Académicas do país. Neste espaço, a Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (AEFLUL) apresentou uma moção intitulada «Por uma verdadeira integração dos estudantes PALOP».
Segundo o documento apresentado pela estrutura associativa, «os sacrifícios pessoais e familiares que estes estudantes têm que fazer são imensos e levantam preocupações». Constatou a AEFLUL que os processos associados às candidaturas de ingresso no Ensino Superior português são «muito demorados, burocráticos e muito pouco informativos», e que, a par disso, registam-se atrasos no cumprimento dos prazos decandidatura a bolsas e descontos ou atrasos para candidatura a residências.
A lista de problemas não fica, no entanto, por aqui. A Associação de Estudantes denuncia ainda que se verificam atrasos na atribuição de vistos e de processos regularização, algo que aumenta as barreiras enfrentadas no acesso ao Ensino Superior destes estudantes, de que é exemplo a impossibilidade de cumprimento dos prazos para candidaturas ou a falta de vagas, que condicionam o acesso a bolsas e descontos e que podem levar a propinas que rondam os 7000 euros.
Dado o vasto conjunto de problemas, a moção aprovada propõe às autoridades competentes a desburocratização dos processos; a efetivação do acesso de informação sobre candidaturas a bolsas e residências; a criação de secções da Agência para a Integração, Migrações e Asilo exclusivamente para estudantes; a abertura de residências durante o Verão; a garantia de cursos de português sem custos acrescidos e uma especial atenção e apoio quanto ao acompanhamento às tecnologias digitais.
Na nota de imprensa enviada às redacções, a AEFLUL considera que «esta posição aprovada em ENDA pelo Movimento Associativo Estudantil, merece continuar a ser discutida, defendida e aprofundada em todos os planos, efetivando-se a cooperação, a solidariedade e o desenvolvimento pessoal e coletivo dos povos».
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