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Em cinco meses, a PSP entrou quatro vezes no Planeta Manas de forma ilegal

No passado sábado, no decorrer de um evento que contou com o apoio da DGArtes, a PSP voltou a entrar no Planeta Manas. Segundo os organizadores do evento, a polícia voltou a recorrer à força para entrar de forma ilegal e a proferir comentários homofóbicos.

É a quarta vez em cinco meses que a polícia invade o Planeta Manas de forma violenta e ilegal, segundo denúncia da Associação Cultural Mina. Durante o incidente, houve relatos de agressões físicas com cacetetes a membros da associação, além de revistas ilegais e intimidação a quem tentava documentar a situação.

No comunicado publicado nas redes sociais lê-se que a acção musculada por parte da polícia, totalmente injustificada, ocorreu durante um evento de música e performance que contava com o apoio da DGArtes. Desta vez, tudo começou com agentes à paisana, armados, a forçarem a entrada, sem se identificarem, o que levou os presentes a pensarem tratar-se de um assalto. 

«Uma vez mais, revistaram pessoas de forma ilegal sem informar sobre as razões da revista. Proibiram filmagens a documentar a situação, ameaçando a apreensão de telemóveis. Este comportamento da PSP é totalmente desproporcional», pode ler-se no comunicado. O mesmo diz que houve toda a colaboração com as autoridades, mas mais uma vez, a PSP optou por não justificar as razões que levaram a tal acção.

A Associação Cultural Mina denunciou ainda que o comportamento da PSP tem sido discriminatório, com comentários homofóbicos e moralistas durante as acções. «Este padrão de repressão contra espaços culturais independentes é perigoso para o nosso tecido social e vitalidade cultural», afirmou a associação, destacando que as invasões sem mandado e a tentativa de enfraquecer iniciativas comunitárias representam um ataque directo ao movimento associativo, à criação artística e à fruição cultural.

A associação criticou o uso de recursos públicos para reprimir expressões culturais e artísticas, em vez de focar em problemas urgentes enfrentados pela população. «O Planeta Manas existe para criar espaços de liberdade, cultura e diversidade. Não será o abuso de poder que nos fará recuar nesta missão», concluiu o comunicado.
 

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