O ex-governador do Banco de Portugal (BdP) ficou hoje em cheque depois de ter sido noticiado que terá omitido informações relativas a operações de créditos concedidas para a compra de acções de outros bancos que acabaram por gerar perdas na Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas não só.
O BdP tinha conhecimento das operações de crédito para compra de participações financeiras de outros bancos, confirmando-se limitações nesta matéria ao nível da supervisão perante situações que vieram a ser lesivas para a CGD e para o Estado português, as quais não foram travadas no momento adequado.
Segundo tais documentos, Vítor Constâncio proferiu, em resposta ao PCP na Comissão Parlamentar de Inquérito, afirmações que não correspondem à verdade. Um dos exemplos avançados é o do crédito de 350 milhões de euros concedido em 2007 a José Berardo pela CGD para investir no BCP, o qual tinha inicialmente garantias reais.
Perante estas notícias, diversos partidos (PCP, BE, PSD e PS) apresentaram requerimentos para ouvir o ex-governador. O PCP foi o primeiro partido a apresentar requerimento neste sentido, solicitando ainda que venham a ser disponibilizadas ao Parlamento «actas do Conselho de Administração do BdP das reuniões em que foram discutidas operações de crédito – independentemente da instituição financeira que a concedeu – que tiveram como objectivo a aquisição de capital/participações sociais de instituições financeiras (de 2000 a 2015)».
A situação parece revelar que, mais uma vez, o BdP esteve envolvido em operações que vieram a lesar quer o sistema financeiro, quer todos os portugueses.
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