Segundo as sondagens realizadas à boca das urnas, o PS deverá continuar a ser o maior partido parlamentar. Essa maioria na margem máxima das projecções pode atingir a maioria absoluta.
Foi esse objectivo de atingir a maioria absoluta que terá levado o PS, de forma premeditada e com o beneplácito do Presidente da República, a não ceder no Orçamento do Estado, criando o cenário da convocação de novas eleições.
Para esse objectivo contribuiu muito a criação de um ambiente com uma artificial bipolarização feita pelas sondagens e pelos meios de comunicação social, que não se parece confirmar nas eleições.
Entretanto, aguardam-se desenvolvimentos dos resultados oficiais e a eventual confirmação da vitória do PS e uma nova derrota da direita, nomeadamente do PSD, que vê os partidos seus sucedâneos aumentar a expressão eleitoral. À esquerda, BE e CDU são prejudicados pelo voto útil, e perspectiva-se uma queda acentuada de CDS e PAN.
A extrema-direita e a Iniciativa Liberal crescem em números de deputados.
A confirmar-se esta maioria relativa, mesmo que próxima da absoluta, será tempo de o PS fazer opções: olhar à sua esquerda e, nomeadamente, dar um novo fôlego ao SNS, aos salários e pensões e aos serviços públicos, ou cumprir os desejos do grande patronato e, através de um acordo tácito com o PSD, manter a estagnação salarial, a desregulação dos contratos colectivos de trabalho e as portas abertas aos grupos económicos que promovem o negócio com a doença.
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