O manifesto subjacente às várias manifestações de estudantes do Ensino Básico e Secundário agendadas para amanhã, intitulado «Estudantes em Defesa da Escola Pública, Democrática e de Qualidade», foi lançado pela Associação de Estudantes (AE) da Escola Secundária de Camões.
Ao AbrilAbril, Simão Bento, presidente da AE promotora, afirmou que, de momento, têm «chegado subscrições» de vários pontos do País, sendo que são esperados protestos de estudantes em várias cidades, entre as quais Lisboa, Porto, Seixal, Santarém, Leiria, Matosinhos e Évora.
Na capital, os protestos arrancam com concentrações junto à Escola Artística António Arroio e no antigo Liceu Camões, que nos últimos meses têm sido palco de acções de luta, cada uma com centenas de alunos para exigir obras. O ponto de encontro escolhido para a manifestação é na Praça do Marquês de Pombal, às 10h30, partindo depois em direcção à residência oficial do primeiro-ministro.
O estudante explicou que a ideia de lançar um apelo a nível nacional surgiu após um outro protesto que os «estudantes do liceu Camões fizeram em Janeiro, para exigir do Governo a conclusão das obras na nossa escola». Nesse sentido, «a ideia é que, no âmbito do Dia do Estudante e dos 45 anos do 25 de Abril, cada escola fizessem protestos para apelar ao Governo à resolução dos problemas nas nossas escolas e contra as injustiças do nosso sistema de ensino».
Simão Bento realçou que, em muitas escolas, a «necessidade de obras» e a falta de funcionários estão entre os problemas mais visíveis, fruto da «falta de investimento no Ensino Básico e Secundário», tendo acrescentado que os estudantes não entendem como «dizem que não há dinheiro para as obras nas escolas, mas depois vêm que, para o Novo Banco e para a NATO, são capazes de arranjar milhões e milhões de euros».
«Outra questão muito importante para os estudantes é o fim dos exames nacionais, porque, a nosso ver, é um método de avaliação injusto, uma vez que menospreza a avaliação contínua, que devia ser a prioridade das escolas», afirmou, tendo acrescentado que «não é legítimo que três ou quatro horas de exame ponham em causa todo o trabalho ao longo anos, além de constituir uma grave barreira no acesso ao Ensino Superior».
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