«Este tipo de situações são lamentáveis e demonstram bem o desnorte em que está, no fundo, todo o Ministério da Saúde, liderado por Ana Paula Martins», disse a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, em declarações à Lusa. A reacção surge após demissão do director-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra D'Almeida, que ontem pediu a demissão imediata das suas funções, após vir a público que, durante mais de dois anos, acumulou as funções de director do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão.
Segundo Joana Bordalo e Sá, alguém que integra um cargo desta natureza tem de ter, acima de tudo, competência técnica e um currículo «que seja exímio» e que não seja dado a «conflitos de interesse». Salienta, por outro lado, a responsabilidade do Ministério da Saúde na escolha, considerando que todos os processos de escolha para cargos de chefia na Administração Pública devem ser baseados «em processos transparentes, democráticos e com participação dos profissionais», e não através de «puras nomeações», por não se conseguirem prevenir conflitos de interesses.
Especialista em cirurgia geral, Gandra D'Almeida foi escolhido pelo Governo para liderar a Direcção Executiva do SNS na sequência da demissão apresentada por Fernando Araújo, no final de Abril de 2024. Mais do que resolver os problemas da saúde pública, a começar pela desvalorização das carreiras e consequente falta de profissionais, a Direcção Executiva do SNS, criada na governação de António Costa, foi uma tentativa de retirar do Governo o foco dos problemas nesta área, dando passos no agudizar da resposta pública com medidas como o funcionamento intermitente de urgências de especialidade e a criação das Unidades Locais de Saúde.
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