A recomendação, que partiu do PCP, foi aprovada em Julho na Assembleia da República (tendo tido apenas votos contra por parte do PS) e foi publicada, esta quinta-feira, em Diário da República.
A questão vai ao encontro da preocupação da comunidade educativa, em particular dos pais, uma vez que a maioria dos jardins de infância públicos não prevê a realização de sestas.
No texto pode ler-se que a medida está ligada à «importância do sono no desenvolvimento das crianças». No quadro do estudo a realizar, os deputados recomendam «a articulação da implementação da sesta com as orientações curriculares para a educação pré-escolar e a organização dos horários e tempo lectivo e não lectivo dos educadores», assim como a consideração das «condições materiais e humanas que são necessárias garantir para um período de sono com qualidade».
Tal iniciativa deve ser implementada promovendo-se um debate público sobre a matéria, o qual deve envolver «a comunidade educativa e profissionais nas áreas da educação, pedagogia, saúde e ciências sociais, [assim como] as organizações representativas dos trabalhadores e os pais».
As vantagens da sesta na creche e no pré-escolar estão bem diagnosticadas, seja pela Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), seja por vários estudos realizados. Apesar de em Portugal não ser praticada, sobretudo nos estabelecimentos públicos, a evidência científica relaciona a falta da sesta a prejuízos para as crianças em idade pré-escolar, tanto no que se refere aos seus níveis de cansaço, como no que diz respeito às condições para o desenvolvimento das suas capacidades cognitivas e de aprendizagem.
De acordo com a SPP, a falta de sesta é tão grave nas crianças como não comer. Os pediatras afirmam que «a sesta tem sido referida como recurso valioso para a consolidação da memória» na idade pré-escolar, adiantando que a privação do sono na criança «está associada a efeitos negativos a curto e a longo prazo em diversos domínios, tais como o desempenho cognitivo e aprendizagem, a regulação emocional e do comportamento, o risco de quedas acidentais, de obesidade e hipertensão arterial».
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