O presidente da Associação dos Industriais da Panificação, Pastelaria e Similares do Norte disse esta manhã à Lusa que o preço do pão deve voltar a subir no próximo ano e justificou o aumento com a subida do salário mínimo nacional.
O argumento não é novo; aliás, foi usado há um ano. Mas, como noticiou então o Correio da Manhã, é falso: as despesas com salários representam apenas um terço dos custos de produção.
A isto acresce o facto de, segundo uma denúncia da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN), os salários praticados no sector estiveram praticamente congelados entre 2011 e o final do ano passado.
Em comunicado, a federação lembrava, há um ano, que «praticamente todos os trabalhadores da panificação [passaram a receber] o salário mínimo nacional devido à recusa em negociar», explicando que, como os sindicatos recusaram a retirada de direitos, as associações patronais bloquearam a negociação colectiva e só recuam se estes «aceitarem as suas propostas chantagistas e inaceitáveis».
O dirigente patronal que falou com a Lusa acabou por reconhecer que o preço da farinha e a pressão das grandes superfícies são cada vez mais uma preocupação para as panificadoras. Revelou ainda que, nas empresas do sector, se têm intensificado os ritmos de trabalho, como a Fesaht já denunciava em finais de 2017.
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