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Jerónimo Martins entra no capital social do Observador, o jornal que nunca lucrou

Já foi confirmado pelo Observador. A Jerónimo Martins vai entrar, através da Recheio SGPS, no capital social do Observador, o projecto de comunicação criado para dar voz aos interesses do grande patronato.

CréditosManuel de Almeida / Lusa

Dá voz aos interesses dos grandes gestores do país, mas dá prejuízo anualmente. Este podia ser o lema do jornal online Observador que confirmou ao Eco as novidades no seu capital social. Segundo o que é avançado pelo jornal económico, a operação de Soares dos Santos será feita através da sub-holding Recheio SGPS.

O investimento rondará os 750 mil euros e ocorre no âmbito de um aumento de capital de 2,4 milhões de euros por parte da Observador On Time, a sociedade dona do jornal. A par desta novidade, há também o facto de Luís Amaral, que detém a maioria das acções da estrutura acionista, passar a sua participação dos 55% para 49%.

Conforme se pode ler na publicação económica, este é o segundo aumento de capital que o Observador realiza este ano uma vez que em Março se tinha realizado um aumento de cerca de 860 mil euros. Também em 2023, foram duas as operações para reforçar o capital da empresa: em Setembro aumentou em 1,1 milhões de euros e em Março desse mesmo ano, foi registada a entrada de um milhão de euros.

Assim como a rival Sonae que detém o Público, a Jerónimo Martins visa, assim, ganhar peso no campo da comunicação social, optando por reforçar a sua participação num jornal que não se abstem de dar espaço opinativo aos sectores mais reacionários da direita.

Da estrutura acionista da Observador On Time passam a fazer parte, além da família Soares dos Santos, a Luís Amaral (Amaral y Hijas Holding S.L), a António Carrapatoso (Orientempo, Investimentos e Consultoria, S.A. – 7,69%), a Pedro de Almeida (Ardma SGPS, Lda. – 5,47%), a Alexandre Relvas (Famay Investimentos, Lda – 5,28%), a Filipe de Botton (Lusofinança, Sociedade Serviços Financeiros, Lda – 5,04%), a João Talone (Ribacapital, SGPS, Lda. – 4,09%), a António Champalimaud (Holdac, SGPS, S.A – 3,41%), a Pedro Martinho (3,40%), a João Fonseca (Atrium Capital, S.A. – 3,00%), a António Viana-Baptista (1,67%), Duarte Schmidt Lino (1,24%), José Manuel Fernandes (1,17%), Rui Ramos (1,17%), Carlos Moreira da Silva (Teak Capital, S.A. – que detinha 0,89%), João de Castello Branco (0,60%), Rudolf Gruner (0,27%), Jorge Bleck (0,25%), Filipe Simões de Almeida (0,21%), Duarte Vasconcelos (0,09%) e António Pinto Leite (0,06%).
 

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