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Novo ano traz novos aumentos dos produtos essenciais e terá que trazer velhas lutas

O novo ano traz consigo resoluções de uma vida melhor, mas sabe-se agora que os produtos essenciais vão aumentar mais 10% em Janeiro. Significa isto que as resoluções terão que ser transformadas em acção e luta contra o esbulho verificado. 

Interior de loja Pingo Doce. Foto de arquivo
Créditos / Barlavento

O preço dos produtos essenciais vai subir mais de 10% no início de 2024 e a isto deve-se a tempestade perfeita: a recusa pela não fixação de preços e o fim do IVA zero. A subida fará sentir-se em 46 produtos que terá um aumento directo de 6% e a isso somam-se alegadas actualizações nos preços. 

Segundo as contas feitas, uma lista de compras que custa agora 220 euros, a dia 5 de Janeiro passará a custar 250 euros. Há, no entanto, produtos que subirão acima da média, como é o caso do azeite que poderá registar um aumento de 15%. 

O representante do patronato da grande distribuição, Gonçalo Lobo Xavier, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), veio já a público procurar defender o esbulho às famílias e disse que as novas tabelas de preços da indústria alimentar «refletem a subida de todos os custos de produção, impondo inevitavelmente um aumento dos preços finais».

A verdade é que os pequenos produtores são confrontados com as imposições da grande distribuição que visam baixar-lhes a margem, de forma a aumentar a sua, conforme se tem verificado com as constantes divulgações dos lucros. 

Neste campo, é particularmente importante destacar que desde Setembro do ano passado, a ASAE já instaurou 291 processos-crime a empresas de retalho, sendo que desses, 197 são por especulação de preços. Ainda este ano, o presidente da ASAE vincou que existem casos onde a margem de lucro brutas está na casa dos 50%. 

A este aumento dos produtos essenciais juntam-se os já anunciados aumentos os aumentos nas rendas, na energia e telecomunicações. Em todas essas áreas verificam-se também processos de acumulação de capital enquanto os trabalhadores empobrecem a trabalhar. 

A realidade desmente assim a mensagem de Natal do Governo do PS que, mais uma vez, vendeu um país que não existe a não ser numa narrativa populista com um objetivo eleitoralista claro. 
 

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