|Polícia

Polícia tentou invadir, novamente, Planeta Manas e carregou sobre oito pessoas

Segundo o comunicado da Associação Cultural Mina, na passada noite de 20 de Dezembro, a PSP, sem ordem do tribunal, tentou invadir o Planeta Manas. Após ameaças de revistas ilegais, a polícia carregou sobre oito responsáveis e membros da associação. 

É a terceira ocorrência com a polícia, mas desta vez o caso escalou para contornos de gravidade. De acordo com o comunicado emitido pela Associação Cultural Mina, no episódio mais recente, agentes da polícia bloquearam o acesso ao local por mais de uma hora, ameaçando revistar ilegalmente as dezenas de associados que estavam presentes à porta do Planeta Manas, sede da associação. 

Diante as ameaças, muitos presentes optaram por se retirar. Ainda segundo o relato, quando questionados, os policiais negaram a existência de uma operação oficial e recusaram-se a se identificar, optando por não dar o seu número mecanográfico. 

A actuação policial escalou quando um dos responsáveis pela associação se posicionou pacificamente em frente a uma viatura da polícia para impedir sua saída sem esclarecimentos. A resposta dos agentes foi dada com recurso a cassetetes, resultando em agressões a pelo menos oito associados. Segundo o texto da associação, uma sócia foi atingida directamente, enquanto outros foram empurrados.

A associação condenou veementemente o ocorrido, classificando as ações da polícia como abuso de poder e violência destinada a intimidar. «Nunca há um auto, um processo, um registo de ocorrência ou uma prova das apreensões. Desta vez, não permitimos que agissem ilegalmente como queriam, e a resposta foi intimidação e ofensas à integridade física», afirmou o comunicado.

Recorde-se que no passado mês de Outubro a PSP fez uma rusga ao Planeta Manas durante a gravação de um documentário de Tiago Hespanha da produtora Terratreme, também ela uma associação. À data, ambas as estruturas associativas consideraram que o «comportamento repressivo por parte das forças de segurança é inaceitável e representa um ataque direto à liberdade de expressão artística que defendem e pela qual lutam todos os dias». 

Sobre este último acontecimento, a Mina vincou que continuará a resistir contra aquilo que considera «violência proto-fascista» crescente no país, reafirmando o compromisso com a diversidade de expressão cultural como parte de sua missão.
 

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui