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Pequenos e médios viticultores com «a corda ao pescoço» e Governo não os apoia

O Ministério da Agricultura anunciou esta semana uma linha de crédito de 100 milhões de euros, com juros bonificados, destinado a «pessoas colectivas» que se dediquem à transformação de uva para vinho. De fora ficam os pequenos e médios produtores de uva. 

CréditosJosé Coelho / Lusa

As reivindicações do sector não são novas e já no passado dia 7 de Agosto os pequenos e médios produtores tinham realizado uma manifestação na Régua para alertar para os problemas que os afectam e exigir medidas para os sector. À imagem de outro sectores, o Governo fez aquilo que faz sempre: optou por ignorar e anunciou medidas que não irão resolver as questões levantadas. 

Quem o afirma é a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) que num comunicado afirma que o Ministério da Agricultura não apoia os pequenos e médios viticultores. No comunicado pode ler-se que a tutela anunciou esta semana uma linha de crédito de 100 milhões de euros, com juros bonificados, destinada a «pessoas colectivas, nomeadamente de natureza cooperativa, que se dediquem à transformação de uva para vinho», mas este apoio não chegará a quem precisa. 

Os viticultores de menor dimensão encontram-se numa situação crítica. Muitos estão a ser forçados a deixar as suas uvas por vindimar devido à falta de compradores e ,esmo quando conseguem vender uma pequena fração da produção, os preços praticados são extremamente baixos, agravando ainda mais a sua difícil realidade financeira. Apesar da situação aflitiva, o Ministério da Agricultura não tem oferecido apoio directo a estes produtores.

Para a CNA, a falta de acção governamental para salvar as pequenas e médias explorações vitícolas é evidente. Recentemente, na chamada «destilação de crise», que também foi voltada apenas para grandes empresas com capacidade de destilação, o Ministério recusou-se a disponibilizar 30 milhões de euros para os produtores de uva. Agora, com mais uma medida voltada exclusivamente para a transformação, a insatisfação dos viticultores cresce.

No comunicado, é ainda dito que a Confederação solicitou uma reunião com o Ministério para discutir a situação, mas para já não houve qualquer resposta. A CNA expressa, desta forma, preocupação, na medida em que parece que a tutela está a fugir à discussão por não querer implementar medidas que aliviem a pressão financeira que ameaça levar milhares de produtores ao encerramento das suas actividades.
 

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