Na passada quinta-feira foi divulgado o acordo alcançado em sede de Conselho de Ministros da UE sobre as Pescas, que definiu as quotas de pesca para 2021, os limites de captura para as espécies de profundidade no biénio 2021-2022 e ainda os Totais Admissíveis de Capturas (TAC) para stocks partilhados com o Reino Unido e com a Noruega para os próximos por três meses.
A proposta inicial apresentada pela Comissão Europeia (CE), se tivesse sido aprovada, teria reduzido drasticamente as quotas de pesca para o País, revelando que a instituição não apresenta qualquer preocupação com o sector no plano nacional.
O Governo português, que se fez representar pelo ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, já manifestou o seu agrado com os valores acordados, mas essa não é a visão das organizações que representam os pescadores, que, em comunicado, consideram ser «difícil» encontrar motivos de contentamento para Portugal.
«Como consequência directa destas reduções e da aceitação das mesmas, os portugueses vão ter, em 2021, menos pescado fresco das nossas águas à sua disposição capturado pela nossa frota, que será naturalmente substituído por pescado vindo de outras águas, capturado por frotas industriais», refere ANOP Cerco, no documento divulgado à imprensa.
A organização lembra que, já na última reunião, o Conselho tinha determinado a redução de quotas «em quase todas as espécies importantes para a nossa pesca costeira», à excepção do carapau e do biqueirão.
E revela o receio de que, «a prevalecer a actual corrente dominante contra a actividade social e económica da pesca, que é também protagonizada pela própria Comissão Europeia (CE)», virá a ocorrer uma «grande desilusão para os pescadores nacionais», depois de um ano «terrível e cheio de adversidades» para o sector.
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