Os dados do Novo Banco, divulgados ontem, encerraram a apresentação de contas relativas a 2021 das maiores instituições bancárias a operar no nosso país. No total, Millennium BCP, BPI, Caixa Geral de Depósitos, Novo Banco, Santander e Montepio alcançaram lucros de 1517,8 milhões de euros, num ano marcado por protestos dos trabalhadores contra os despedimentos e o encerramento de balcões.
No final de 2021, havia menos 2843 postos de trabalho. A liderar despedimentos e encerramento de agências esteve o Santander, com menos 1175 trabalhadores e 79 balcões. Do ranking dos que mais despediram, segue-se o BCP (com menos 724 funcionários), o Novo Banco (menos 395), o Montepio (menos 205), a CGD (menos 200) e o BPI (menos 144 trabalhadores). Segundo análise do Dinheiro Vivo, os seis bancos em análise fecharam o ano com 29 241 empregados, contra os 32 084 ainda em funções um ano antes.
Na distribuição dos que mais balcões encerraram, e depois do Santander, segue-se o BPI (63), o Novo Banco (48), o Montepio (37) e a Caixa Geral de Depósitos (1).
No plano dos lucros, o BPI alcançou a estrondosa soma de 307 milhões (em 2020 obteve 105 milhões) e o Santander Totta lucrou 298,2 milhões de euros. Já o Millennium BCP fechou o ano com lucros de 138,1 milhões de euros, a CGD registou 583 milhões, o Montepio teve um lucro de sete milhões e o Novo Banco registou o «primeiro resultado positivo anual», desde a sua criação, de 184,5 milhões de euros em 2021.
Apesar disso, e tal como o AbrilAbril tinha avançado em Fevereiro, o banco herdeiro do BES de Ricardo Salgado anunciou que vai pedir mais uma injecção de capital de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução, relativa ao ano em que obteve lucros. Em reacção, esta quinta-feira, o PCP classificou o pedido de «escandaloso» e exigiu das autoridades nacionais uma «atitude de firmeza», de forma a rejeitar mais uma transferência do Fundo de Resolução.
Para os comunistas, este pedido revela que o fundo abutre que detém o Novo Banco (Lone Star) está a seguir uma estratégia de «utilizar todos os subterfúgios para consumir a totalidade dos 3,9 mil milhões de euros dados como garantia pública», que só é possível porque «o contrato que o Governo PS preparou deixou toda a margem à Lone Star sem quaisquer mecanismos eficazes de controlo».
Desde a resolução do BES que os apoios públicos ao Novo Banco já ultrapassaram os oito mil milhões de euros.
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