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Utentes dos transportes queixam-se da qualidade do serviço

Foram perto de mil as queixas apresentadas à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), nos primeiros seis meses do ano, relativas à falta de cumprimento de normas de higienização e segurança.

CréditosSofia Figueiredo / facebook

A AMT recebeu dos utentes dos transportes públicos um total de 7756 reclamações (numa média de 43 reclamações por dia) no primeiro semestre de 2020, sendo que «990 estão relacionadas com a pandemia», lê-se no Relatório sobre Reclamações no Ecossistema da Mobilidade e dos Transportes, divulgado esta terça-feira.

No documento, explica-se que os motivos que mais geraram queixas relacionadas com a crise sanitária são situações de pedidos de reembolso devido ao cancelamento de serviços e ao não cumprimento de regras de higienização, de distanciamento físico ou de uso de máscara.

É o sector rodoviário o mais visado nestas queixas, com 59,6% do total de reclamações, seguindo-se a ferrovia, com 35,4%, e o sector fluvial, com 4,1%.

Mas, além das questões relacionadas com a pandemia de Covid-19, os utentes apresentam queixas por outros motivos (quase 70% das reclamações), como sejam o cumprimento defeituoso ou incumprimento dos serviços, questões relacionadas com os preços, pagamentos e bilheteiras, assim como deficiências no atendimento presencial e por telefone.

É de referir que no primeiro trimestre deste ano foram registadas mais reclamações do que no mesmo período em 2019 (mais 67% em Janeiro, 71,8% em Fevereiro e 30,6% em Março), tendo-se verificado uma quebra nas queixas no segundo trimestre do ano, o que é resultado das restrições à mobilidade das pessoas impostas pelas medidas de combate à pandemia.

Pelas mesmas razões, quando se compara o número de reclamações recebidas nos primeiros seis meses do ano com o mesmo período de 2019, verifica-se uma descida de 11%.

Para a análise dos dados, a AMT tem ainda em conta os números registados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que referem que o sector ferroviário transportou 52,2 milhões de passageiros no primeiro semestre deste ano (menos 34,7% do que no semestre homólogo), o metropolitano transportou 75 milhões de passageiros (42,4% menos do que no primeiro semestre de 2019) e o fluvial 5,8 milhões de passageiros (menos 43,9% em termos homólogos).

A AMT alerta no seu documento que «as comparações nele [relatório] constantes não deverão ser dissociadas da pandemia […], por isso, os números não são, em muitos casos, comparáveis com períodos anteriores».

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