O Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) excluiu zonas dos concelhos de Coimbra, Montemor-o-Velho, Figueira da Foz e Soure das zonas que comportam um risco potencial significativo de inundação.
O PO SEUR foi «criado através da Decisão de Execução da Comissão Europeia em 16 de dezembro de 2014», «surge como um dos 16 programas criados para a operacionalização da Estratégia Portugal 2020» e prevê que Portugal receba «25 mil milhões de euros até 2020».
Esta exclusão significa que estas zonas não poderão receber apoios, na forma de «subvenções não reembolsáveis», por parte deste programa, para projectos que combatam cheias e inundações.
Refere aquele programa específico, cujo prazo para submeter as candidaturas acaba no dia 24 de Agosto, que «serão apenas elegíveis as operações que visem a realização de intervenções necessárias para a redução dos riscos de cheias e inundações nas 22 zonas críticas de inundação, identificadas em Portugal continental, previstas na carta de zonas inundáveis “Water Information System for Europe WISE”».
Segundo o mesmo programa, podem ser incluídas «intervenções nas respetivas áreas de abrangência direta, localizadas a montante e/ou a jusante dessas zonas críticas, desde que seja comprovado na candidatura que essas intervenções são necessárias e imprescindíveis para a redução dos riscos de cheias e inundações nas referidas 22 zonas críticas de inundação», o que continua a excluir, por exemplo, Montemor-o-Velho e Soure.
No link disponibilizado constata-se que só a cidade de Coimbra, nas margens do Mondego, está a vermelho. Ainda este ano os concelhos de Montemor-o-Velho e Soure, bem como outras zonas do concelho de Coimbra para além das margens do rio, foram bastante afectadas pelas cheias e inundações.
A 15 de Fevereiro de 2016 o Diário de Notícias dava conta que «na freguesia de Santo Varão, em Formoselha [Montemor-o-Velho], o presidente da junta, João Girão, fala em 20 casas isoladas, "a maioria com habitantes com mais de 60 anos", havendo um caso de "uma senhora com 103 anos", onde a água atinge um metro de altura dentro de casa». Também em Soure, em meados de Fevereiro, eram vários os casos de habitações alagadas, como no Casal do Marachão, na freguesia de Figueiró do Campo.
O problema, referiram autarcas da região, está no afluente do rio Mondego, o Ega, mais propriamente no seu refluxo, por não estar a conseguir entrar no leito principal daquele rio. A resolução pode estar na obra hidroagrícola dos três vales da margem esquerda do Mondego, onde se situa não só o Ega, mas também Arunca e Pranto, outros dois afluentes.
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