Um ano após a eleição de Rui Rio para a presidência do PSD, o partido pode estar a poucas semanas de uma nova disputa interna. Luís Montenegro, que foi líder parlamentar entre 2011 e 2017, durante a liderança de Passos Coelho, quer que Rio marque eleições directas de imediato para que possam ambos disputar a liderança.
Montenegro justificou o desafio com a perspectiva de uma derrota eleitoral para o PSD nas eleições que se avizinham, particularmente nas legislativas de Outubro – já que o resultado para as do Parlamento Europeu, agendadas para 26 de Maio, será certamente afectado por este processo, seja qual for o desfecho.
O antigo testa-de-ferro do governo do PSD e do CDS-PP no Parlamento foi precisamente um dos mais visíveis responsáveis pela política de cortes nos direitos e rendimentos, entre 2011 e 2015. Mas foi também um dos rostos da derrota do anterior governo e da sua política e do desespero que se seguiu no PSD.
Mesmo depois de 2015, Luís Montenegro protagonizou os principais debates parlamentares do início da legislatura. Foi ele que deu voz ao ataque à solução política e a medidas como o aumento extraordinário de pensões, a gratuitidade dos manuais escolares ou a reposição de salários e feriados.
A somar a este currículo, violou o regime de incompatibiliades dos deputados, já que entre 2014 e 2017 a sociedade de advogados de que é sócio (com uma quota de 50%) obteve seis contratos por ajuste directo com entidades públicas, no caso, com duas autarquias lideradas pelo PSD.
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