|Síria

Refugiados sírios em Rukban continuam a enfrentar uma «situação calamitosa»

As autoridades sírias e russas informaram que 4345 sírios conseguiram sair do campo de Rukban desde 23 de Março. Sublinham, no entanto, o agravamento da situação humanitária, responsabilizando os EUA.

Deslocados sírios no campo de Rukban (Novembro de 2018)
Créditos / RT / SANA

Numa declaração conjunta ontem emitida, os comités de coordenação da Síria e da Rússia para o regresso dos refugiados deixam claro que as más situações com que os civis se deparam diariamente no campo de refugiados de Rukban – localizado na região de al-Tanf, ilegalmente ocupada pelos EUA – estão longe de se resolver, mas que a divulgação do que ali se passa permitiu a evacuação de 4345 deslocados sírios desde o dia 23 de Março.

«A retirada dos cidadãos sírios é efectuada de uma forma extremamente lenta, enquanto a situação humanitária no campo continua a agravar-se rapidamente», referiram ambos os organismos, citados pela RT.

Tanto as autoridades sírias como as russas destacam que, nos 1847 dias de existência (5 anos) do campo de Rukban, os 40 mil refugiados – 80% dos quais são mulheres e crianças – enfrentaram «tremendas condições de insalubridade», que estão agora «cercados por doenças» e são «submetidos diariamente à violência dos militantes».

A responsabilidade pela situação humanitária neste campo situado no Sudeste da província síria de Homs, junto à fronteira com a Jordânia, «recai por inteiro no comando das tropas dos Estados Unidos na região de al-Tanf, que não permite a passagem das colunas de autocarros que o governo sírio tem organizado para resgatar os seus cidadãos», acusam os comités sírio e russo.

Terroristas controlados pelos EUA impõem mais restrições

A declaração deixa também em evidência que grupos de militantes armados controlados pelas forças norte-americanas, liderados pelos grupo terrorista Magawir al-Thawra, tomaram medidas adicionais para reter os refugiados à força, como resposta à iniciativa russo-síria de dissolver o campo de Rukban e facultar os meios para a evacuação de todos os deslocados sírios ali retidos, que começou a ser posta em prática a 19 de Fevereiro último, mas foi boicotada pelos Estados Unidos.


«Os [chamados] militantes formaram no campo a chamada polícia local, tendo elaborado para os seus residentes uma lista de proibições e penas severas em caso de violação», referem os comités, citados pela RT. Para além disso, essas «unidades policiais» identificam e detêm pessoas que apoiam o governo de Bashar al-Assad.

Perante esta situação e outras restrições impostas, russos e sírios renovaram o apelo aos EUA para que ponham fim às actividades destrutivas de sabotagem dos grupos terroristas sob seu controlo em Rukban e contribuam de facto para a rápida evacuação dos deslocados sírios para os locais de residência que escolheram no país, referem a RT e a agência SANA.

Não interferência nos assuntos internos da Síria

Moscovo e Damasco indicaram que os Estados Unidos da América devem «cessar a interferência nos assuntos internos do Estado soberano da Síria».

Manifestaram ainda a esperança de poder contar com o apoio das Nações Unidas «no momento de avaliar as acções dos EUA na região», exercendo pressão sobre as autoridades norte-americanas de modo «a acabar o mais rapidamente possível com o campo de Rukban» e com «a zona de segurança de 55 quilómetros em redor de al-Tanf».

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