Numa declaração publicada esta terça-feira na sua conta de Twitter, a Embaixada dos EUA na Síria – que parece continuar activa, apesar de a missão diplomática em Damasco ter sido encerrada em 2011 – reafirmou o «aviso» de que qualquer empresa que negoceie com o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, «se está a expor a possíveis sanções por parte dos Estados Unidos».
A Embaixada norte-americana acrescentou que é «inaceitável e inapropriado» que empresas, indíviduos e câmaras de comércio de fora da Síria participem na 61.ª Feira Internacional de Damasco.
A Embaixada fez ainda um apelo a todos os que tenham informações sobre qualquer negócio ou pessoas que planeiem participar na feira para que avisem o Departamento do Tesouro dos EUA.
Este «aviso» surgiu um dia antes da abertura da Feira Internacional de Damasco, a 28 de Agosto. O certame, que se prolonga até 6 de Setembro, realizava-se anualmente desde os anos 50 e foi interrompido com o início da guerra, em 2011, tendo sido retomado há dois anos.
De acordo com a agência SANA, participam 38 países na edição deste ano da feira, que tem como objectivo fomentar o investimento estrangeiro na reconstrução das infra-estruturas básicas do país, em grande medida destruído pela acção dos grupos terroristas apoiados pelo Ocidente, por Israel e potências regionais árabes.
Em declarações à imprensa, incluindo a agência estatal síria, o ministro da Informação, Emad Sara, destacou a ampla cobertura mediática que o evento está a ter, afirmando que cerca de 125 órgãos de comunicação social estão a noticiar as actividades da 61.ª edição da Feira Internacional de Damasco.
Emad Sara sublinhou ainda a «especial importância» de que o evento se reveste este ano, na medida em que «coincide com importantes vitórias alcançadas pelo Exército Árabe Sírio no Norte da província de Hama e no Sul da de Idlib».
Rússia: EUA tentam minar reconstrução da Síria
O governo da Federação Russa, um aliado fundamental do governo de Damasco na luta contra o terrorismo, reagiu às ameaças de Washington por via do Ministério dos Negócios Estrangeiros, afirmando, em comunicado, que estas «tentativas declaradas de minar os esforços de reconstrução, por parte do governo sírio, são prejudiciais para a unidade, soberania e integridade territorial da Síria».
O governo russo sublinhou igualmente que as tentativas dos Estados Unidos de criar obstáculos à realização da Feira Internacional de Damasco são contrários às resoluções do Conselho de Seguranças das Nações Unidas, informam a PressTV e a Prensa Latina.
Por seu lado, o embaixador da China em Damasco, Feng Biao, sublinhou o apoio do seu país à reconstrução da Síria e afirmou que as ameaças de imposição de sanções aos participantes na feira não iriam impedir as empresas chinesas de estar presentes.
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