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Lula reconhecido em Paris pela redução das desigualdades no Brasil 

A Câmara Municipal de Paris concedeu a Lula da Silva o título de Cidadão Honorário em reconhecimento pelo compromisso de reduzir desigualdades sociais e económicas no Brasil. 

A vigília em torno do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (São Paulo), mantém-se desde a noite de quinta-feira
O livro «A verdade vencerá – O povo sabe por que me condenam» é um dos dez finalistas do Jabuti 2019CréditosDaniela Moura / Mídia Ninja

Num comunicado a propósito da condecoração do ex-presidente do Brasil, a Câmara de Paris frisa que, com a sua acção de apoio aos desfavorecidos, Lula da Silva ajudou a tirar da extrema pobreza e a aceder a direitos e serviços essenciais cerca de 30 milhões de brasileiros, destacando igualmente o trabalho de combater a discriminação racial. 

A concessão da cidadania de honra foi aprovada pelo Conselho de Paris, órgão plenário do consistório da capital francesa, em consonância com a defesa dos direitos humanos e o livre exercício de cargos públicos.

finalista do jabuti

O livro de Lula da Silva A verdade vencerá – O povo sabe por que me condenam é um dos dez finalistas do Prémio Jabuti 2019, principal galardão literário do Brasil, na categoria «Inovação – Livro Brasileiro Publicado no Exterior».

A Câmara de Paris recorda que Lula da Silva, presidente do Brasil entre 2003 e 2010, foi condenado quando pretendia disputar novamente a presidência. O texto recorda que Lula «sempre afirmou ser vítima de uma conspiração política para o impedir de voltar ao poder», e tendo em conta que era o favorito à eleição presidencial de Outubro de 2018, ganha pelo candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro.

«O Comité dos Direitos Humanos da ONU pediu às autoridades brasileiras que assegurassem os direitos civis e políticos de Lula, principalmente o de ser candidato. Mas ele teve esse direito negado, apesar de chefes de Estado europeus, de parlamentares franceses e de juristas internacionais denunciarem a inconsistência das provas apresentadas pela acusação», lê-se no texto.

A nota da autarquia lembra ainda o facto de o site de informação The Intercept ter revelado que o juiz Sérgio Moro, autor da condenação contra Lula da Silva, conduziu ilegalmente uma operação contra o candidato do PT.


Lula da Silva, de 73 anos, está preso desde Abril de 2018. Na passada segunda-feira completou um sexto da sua sentença de oito anos e dez meses por corrupção, o que lhe dá o direito a mudar para o regime semi-aberto ou mesmo domiciliário. Mas o ex-presidente do Brasil logo se recusou a sair da prisão e progredir para regime semi-aberto, trocando a dignidade pela liberdade.

«Ao povo brasileiro: não troco a minha dignidade pela minha liberdade. [...] Quero que saibam que não aceito barganhar os meus direitos e a minha liberdade. Já demonstrei que são falsas as acusações que me fizeram. São eles e não eu que estão presos às mentiras que contaram ao Brasil e ao mundo», afirmou Lula, numa carta redigida manualmente e publicada nas redes sociais do ex-chefe de Estado.

«Tudo o que os procuradores da Lava Jato realmente deveriam fazer é pedir desculpas ao povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família, pelo mal que fizeram à democracia, à justiça e ao país», concluiu Lula da Silva.

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