O governo de Nayib Bukele deu 48 horas ao corpo diplomático da Venezuela para abandonar o seu território, depois de num documento oficial «reconhecer a legitimidade» de Juan Guaidó, que se autoproclamou, com o apoio expresso dos EUA e seus aliados, presidente da Venezuela no início do ano, numa tentativa de descredibilização das instituições bolivarianas e de desestabilização do país.
A ex-comandante Nidia Díaz, deputada pela Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), apelidou esta medida de «fascista» e de subserviência aos interesses dos EUA. No mesmo sentido, o secretário de comunicação da FMLN, Raúl Llarul, afirmou nas suas redes sociais que se trata de «um governo fascista, vendedor de a soberania nacional, ao serviço dos interesses de uma potência estrangeira, que não merece nem respeito, nem obediência».
Também o ex-presidente de El Salvador, Mauricio Funes, criticou a medida, relembrando na sua conta do Twitter que «Nayib age da mesma forma que Paco Flores enquanto presidente. Flores foi dos poucos governantes a reconhecer Carmona como presidente da Venezuela depois do falhado golpe de Estado contra Chávez levado a caboi pelos EUA».
Eugenio Chicas, deputado no Parlamento Centroamericano, recordou que as Nações Unidas reconhecem legitimidade ao presidente Nicolas Maduro, e que esta decisão de Bukele ratifica subserviência aos interesses estadunidenses.
A parlamentar Anabel Belloso considerou tratar-se de uma decisão condenável a de deixar de reconhecer um governo eleito democraticamente e com grande apoio popular.
Confirmando que esta posição está alinhada com os EUA, o embaixador deste país em El Salvador, Ronald Johnson, saudou de imediato a decisão de Bukele.
Recorde-se que já em Junho, poucos dias após a sua tomada de posse como presidente de El Salvador, Nayib Bukele anunciou o fim das relações diplomáticas com a República Árabe Saraui Democrática e o reforço dos vínculos com o Reino de Marrocos.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui