Como o início do surto epidémico de Covid-19 coincidiu com o arranque das contratações para a época turística, milhares de trabalhadores nem sequer chegaram a ser contratados, enquanto outros foram dispensados ainda durante o período experimental.
Por exemplo, o Tivoli Hotels & Resorts teria, num Verão normal, cerca de mil pessoas a trabalhar nas seis unidades do Algarve – fora aquelas que são contratadas à hora, ao dia, ou à semana – mas, neste momento, tem apenas cerca de metade.
Neste grupo, onde se previa contratar cerca de 350 trabalhadores no início da época, foram admitidos apenas 89, mas com o encerramento dos hotéis passaram todos a regime de lay-off.
Recorde-se que as unidades hoteleiras não estavam obrigadas a encerrar, mas muitas delas, com elevados lucros anuais, decidiram fechar portas para se habilitarem ao apoio estatal, pondo em causa o rendimento dos trabalhadores.
Segundo dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o Algarve foi a região que em Maio deste ano registou o maior aumento de desempregados inscritos no País, com um crescimento de 202,4%, face ao mesmo mês do ano passado.
E há «novos» desempregados: 28% são estrangeiros – na sua maioria brasileiros, indianos e nepaleses, que trabalhavam na agricultura e na hotelaria –, e outros, ainda, são pessoas que vieram de fora da região.
Muitos dos que, de um momento para o outro, se viram no desemprego começaram a pedir ajuda, sobretudo alimentar, a instituições da área social, que vêem agora os pedidos disparar.
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