Uma tribuna pública sobre a violência no trabalho, nos Claustros da Rua do Castelo, em Braga, e um cordão humano, sob o mote «Da prostituição à exploração sexual: combate todas as formas de violência», em Évora, são algumas das acções agendadas pelo MDM para esta quarta-feira, Dia Internacional Pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Diariamente, e em todo o mundo, «milhões de mulheres e raparigas são sujeitas a alguma forma de ofensas e violência física, psicológica, moral ou sexual. Em casa, no trabalho, em público. Na internet e redes sociais», anuncia o Movimento, através de comunicado.
Realça que a violência contra as mulheres «cresce tão depressa» como a pandemia, que de resto está a ter também um impacto desproporcional na vida das mulheres, com muitas a serem atiradas para a pobreza e exclusão social, tornando-as ainda mais vulneráveis a múltiplas formas de violência.
Neste sentido, o MDM afirma que a crise sanitária «não pode ser desculpa para fazer regredir direitos e abrandar o combate às diversas formas de exploração, opressão e violências contra as mulheres».
Estima-se que, na União Europeia, uma em cada três mulheres foram vítimas de violência física e/ou sexual. Destas, 43% sofreram alguma forma de violência psicológica; 5% foram violadas; 18% foram vítimas de perseguição; 55% foram vítimas de assédio sexual, 32% delas em contexto laboral.
O MDM denuncia que o corpo das mulheres continua a ser explorado por negócios multimilionários, como o das «barrigas de aluguer», a prostituição e tráfico de mulheres para exploração sexual, laboral e servidão doméstica. Ao mesmo tempo que persistem práticas nefastas como a mutilação genital feminina e casamentos forçados de meninas e jovens.
Perante esta realidade, «que desmascara o incumprimento e violação dos direitos humanos das mulheres e põe a nu a iniquidade e as desigualdades», o MDM chama a atenção para os impactos devastadores das violências na saúde, bem-estar e realização pessoal das mulheres que são vítimas de violência, tal como acontece com as suas famílias e amigos.
Alerta o Movimento que «não se pode tolerar ou justificar a violência contra as mulheres» e que o combate às violências «é de toda a sociedade», exigindo mais recursos técnicos e humanos nos serviços públicos, a fim de prevenir as violências e apoiar as vítimas, e a adopção de políticas públicas «que efectivamente contribuam para a erradicação da violência da vida das mulheres e para a construção de uma cultura de não violência e respeito».
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