A apresentação do relatório do SICAD realizou-se por videoconferência, esta quarta-feira, pelo director-geral, João Goulão, e pelo subdirector, Manuel Cardoso, na Comissão de Saúde da Assembleia da República.
Os dados reportam-se a 2019, por isso ainda não têm reflectidos os efeitos da pandemia, mas evidenciam uma evolução negativa em alguns indicadores no que respeita a drogas, toxicodependências e álcool.
Em 2019 registaram-se 63 mortes por overdose, aos quais se somaram outros 262 óbitos, que tendo outras causas, apresentaram resultados toxicológicos positivos.
O relatório revela que as overdoses de opiáceos duplicaram entre 2017 e 2018 e as de cocaína subiram pelo terceiro ano consecutivo.
Os dados demonstram que 25339 utentes foram tratados em ambulatório por problemas associados ao consumo de drogas. Deste número destaca-se o aumento de novos casos (1959 pessoas em 2019), sendo a canábis a substância associada à maioria (53%) dos pedidos de tratamento por novos utentes. Também em termos de utentes readmitidos, o total ficou-se em 1512 em 2019, sendo a heroína (54%) a droga principal.
No que respeita ao álcool, em 2019 estiveram em tratamento em ambulatório 13926 utentes, tendo 4597 iniciado o tratamento. Foram ainda internados 5085 utentes por problemas relacionados com doença alcoólica do fígado (64%) e dependência de álcool (26%). Porém, se forem considerados os internamentos com diagnósticos secundários ligados ao álcool, o número dispara para 36667 internamentos.
O relatório explica ainda que se verifica «uma maior circulação de drogas no mercado nacional numa conjuntura de grandes desafios, como o crescente uso da internet na comercialização de diversas substâncias psicoactivas, eventuais alterações ao nível da produção interna de canábis e do papel do País nas rotas do tráfico internacional».
Com agência Lusa
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