Como as várias empresas do sector da aviação, também a SPdH/Groundforce atravessa uma difícil situação financeira, fruto da aplicação de medidas de contenção da pandemia de Covid-19. Agora, estão em atraso os salários de Fevereiro de 2398 trabalhadores.
Depois de rejeitada, em Março de 2020, uma iniciativa legislativa, proposta pelo PCP, que sinalizava a necessidade da aplicação de medidas que salvaguardassem a solvência da empresa durante o período de restrição à circulação aérea, e de não terem sido considerados apoios no quadro dos planos de contingência públicos para o sector, a empresa espera a concretização de um empréstimo bancário para resolver as dificuldades de tesouraria.
Desde o início da actual crise, a SPdH/Groundforce já procedeu ao despedimento de perto de mil trabalhadores por via da não renovação de contratos a funcionários com vínculos precários e a prestadores de serviços.
Retirar direitos à boleia da pandenia
Por sua vez, o Governo decidiu não adoptar um plano de contigência para o sector, e avançou com um plano de reestruturação da TAP no qual se propõe reduzir a participação da TAP na SPdH, assumiu pretender negociar uma redução de custos com a Assistência em Escala superior a 28% a partir de 2023 e até admitiu vir a utilizar outro operador para este serviço.
Como aquele que está em curso na TAP, pode antever-se um processo de pressão e chantagem sobre os trabalhadores, os seus salários e empregos, como instrumento para, aproveitando a pandemia, serem impostas medidas há muito planeadas de concentração do sector.
Em comunicado, a comissão de trabalhadores (CT) anunciou um protesto para esta quarta-feira, 3 de Março, a partir das 11h30, junto ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, onde os trabalhadores exigirão o pagamento dos salários e a manutenção dos postos de trabalho.
«Não podemos aceitar que os trabalhadores sejam apanhados nas negociatas entre os seus accionistas e exigimos que cada um deles assuma as suas responsabilidades», pode ler-se no comunicado da CT.
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