João Pedro da Conceição Duarte, chefe de cabine e trabalhador da TAP desde 1992, foi eleito com 42,51% do total dos votos para o cargo de administrador não executivo, num processo que contou apenas com a participação de 46,57% dos trabalhadores.
Foram ainda candidatos ao cargo Ricardo Paes Mamede, Paulo Jorge Mendes Manso, Cristina Maria Pereira Cardoso, Rita Cristina Oliveira da Costa Silva e João Calisto Vaz de Matos Belo.
O vencedor será agora indicado pela República Portuguesa como administrador não executivo da TAP, SGPS e proposto para eleição na sua assembleia geral para o próximo mandato.
Todavia, este processo tem merecido críticas por parte de muitos trabalhadores, desde logo porque não foram abrangidos todos os funcionários do universo do grupo TAP.
Por outro lado, os trâmites de todo o procedimento foram definidos pelo Governo e pela administração da empresa, sem consulta aos seus trabalhadores, a quem foi apresentado todo o processo eleitoral já definido, com um prazo curto para a sua concretização.
Recorde-se que isto sucede quando está em curso um processo de reestruturação que tem sido considerado «desastroso», uma vez que já foram despedidos milhares de trabalhadores, ao mesmo tempo que vão surgindo centenas de denúncias de pressões sobre muitos funcionários para que estes venham a sair da empresa.
A reestruturação tem penalizado fortemente quer os trabalhadores, quer o interesse nacional e, do que se conhece até ao momento, não estão a ser mobilizados os recursos que seriam necessários para fortalecer e defender a empresa, para manter a sua dimensão estratégica e ultrapassar esta situação de crise associada à pandemia, ao mesmo tempo que não está em marcha uma estratégia de defesa dos postos de trabalho e dos direitos de quem lá trabalha.
A par disto, o Governo já admitiu vir a vender o reduto da TAP, a entregar sectores da companhia a entidades externas subcontratadas, enquanto prossegue uma política de liquidação da área da manutenção a engenharia e prepara a insolvência da SPDH/Groundforce.
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