Em comunicado, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) insiste na «necessidade urgente de reforço dos recursos do SNS [Serviço Nacional de Saúde]» e considera «incompreensível a apatia» por parte do Governo e do Ministério de Saúde, que se traduz na não concretização de «medidas indispensáveis no combate à pandemia».
Por outro lado, também as medidas de valorização dos profissionais de saúde, anunciadas em Fevereiro, continuam por cumprir. «Os profissionais de saúde continuam a não ter a sua profissão devidamente valorizada e estão exaustos», refere a nota.
Segundo a FNAM, o aumento dos indicadores que se tem verificado ao longo das últimas semanas permitia prever o agravamento da situação pandémica que actualmente se verifica, acrescentando que hoje sabe-se mais sobre o impacto da Covid-19 na população e a decorrente pressão nos serviços de saúde, pelo que o Governo é «o único responsável pelas consequências que o agravamento da situação pandémica no País venha a ter sobre o SNS e a vida dos cidadãos».
As equipas de saúde pública, médicos de família, médicos hospitalares ou intensivistas não só não foram reforçadas, como, em muitos locais, contam com menos elementos comparativamente com o período de Janeiro a Março de 2021, aponta a estrutura sindical.
Mesmo não sendo expectável, pelo número de cidadãos vacinados, que se venha a verificar uma taxa de mortalidade tão elevada como aquela que se verificou no início do ano, a FNAM alerta para o facto de que o aumento do número de casos de Covid-19 em internamento possa novamente colocar em causa a actividade não-Covid.
Desde o início do ano que se aguarda um «verdadeiro reforço» do SNS, nomeadamente com a abertura urgente de concursos, mas não foi ainda aberto o concurso extraordinário para colocação de médicos que não tiveram acesso à especialidade, nem o concurso para colocação de recém-especialistas, e vários médicos contratados no contexto da pandemia não permaneceram no SNS ou não sabem se terão essa possibilidade, refere a federação.
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